A Casa do Dragão ou House of the Dragon é o aguardado spin-off de Game of Thrones que acaba de estreiar na HBO e HBO Max mostrando uma história que ocorreu no universo cerca de 172 anos antes do nascimento de Daenerys Taragaryen e como foco nas lutas internas entre os clãs da casa pelo poder.
A trama é baseada em uma parte específica do livro Fogo e Sangue de George R. R. Martin e vai explorar a dinastia Targaryen durante os tempos em que dominavam Westeros, mostrando o passado desse mundo e trabalhando as tensões dramáticas e políticas dentro da família.
O primeiro episódio tem um roteiro minucioso cheio de detalhes e tensões dramáticas de Ryan Condal e direção sólida de Miguel Sapochnik que nos introduzem novamente ao mundo de Westeros em uma época que os Targaryens possuíam grande força seja pela política ou pelos seus dragões.
Esse foi um episódio muito mais introdutório que apresentam cada uma das peças estratégicas que serão importantes para o desenvolvimento da série como o intelecto e visão de Rhaenyra Targaryen (Emma D’Arcy) em cenas ao lado de Alicent Hightower (Olivia Cooke), assim como a relação delicada entre Daemon Targaryen (Matt Smith) e o rei, Viserys I (Paddy Considine).
Além disso já percebemos elementos que devemos ver se desenrolarem ao longo da série como os cálculos políticos de Otto Hightower (Rhys Ifans) que parece intervir por Viserys I em proteger o trono de estar ao alcance de Daemon, mas também há muito o que duvidar de suas verdadeiras intenções em relação esse interesse em quem sentará ou não no trono futuramente.
O personagem que mais se destaca nessa introdução com certeza é Daemon que vivido brilhantemente por Matt Smith em uma atuação tão assustadora como também é de certa maneira fascinante e mesmo que ele possa ser detestável ou cruel, nós vemos como ele é de certa maneira cheio de paixão e com toda a ferocidade característica dessa família.
Contudo, também vemos um bom trabalho da atriz Emma D’Arcy como uma carismática Rhaenyra Targaryen, além de um cansado Viserys I de Paddy Considine que carrega muito peso por suas escolhas e um ardiloso Rhys Ifans como Otto Hightower que deve dar muito trabalho ao longo da temporada.
A série parece trabalhar para colocar dois lados na disputa pelo poder dividida em círculos sociais de Rhaenyra e Daemon, ambos personagens com desejos bem explorados e suas personalidades bem definidas nas suas diferentes relações que almejam o trono.
No episódio vemos retornar aspectos fortes desse universo não só nos diálogos políticos mas em cenas de sexo e em momentos de extrema violência e em situações desoladoras e brutais, tudo isso é muito bem demonstrado em uma cena que intercala um parto cheio de dificuldades e perigos ao mesmo tempo que nos mostra os combates dos cavaleiros com uma direção excelente da ação que mantém a crueza desse mundo.
Ainda vemos bem pouco dos dragões, mas eles sempre aparecem sendo bem vistosos, elegantes e ferozes com um trabalho excepcional de efeitos digitais, aliás o nível de produção da série impressiona muito em diversos elementos desdes figurinos e maquiagem.
O visual também se destaca pelas cores e fotografia que diferenciam de Game of Thrones por um uso de cores que representam não só a Casa Targaryen mas esse período histórico, mas sempre mantendo o tom sombrio e sério de uma drama adulto.
Há ainda alguns personagens qu aparecem brevemente no episódio que devem ter maior ênfase futuramente como figuras antepassadas de Game of Thrones como Boremund Baratheon (Julian Lewis Jones) e Rickon Stark (David Houslow), além de Corlys Velaryon (Steve Toussaint) e Rhaenys Targaryen Velaryon (Eve Best) que se mostram figuras importantes nos debates sobre poder da família.
Primeiro episódio de A Casa do Dragão apesar do tom tipicamente introdutório apresenta uma direção bem grandiosa e já nos mostra o essencial sobre um mundo de natureza violenta onde maquinações políticas andam lado a lado com brutalidade, oferecendo aquele espírito que Game of Thrones possuía nos seus primeiros anos.
Além de termos nessa nova produção outros personagens fortes ou interessantes para acompanharmos em uma disputa de poder guiada tanto por ego como por profecias em uma dinâmica bem mais interna entre clãs de uma família, o que deve dar uma charme a parte para o spin-off se distanciar de Game of Thrones com o devido tempo.
O primeiro episódio de A Casa do Dragão já está disponível na HBO Max.