No sábado dia 15 de abril, ocorreu a coletiva de Imprensa da Netflix, onde pudemos ver os astros de 3%, Rodolfo Valente e Vaneza Oliveira responderam a várias perguntas dos envolvidos no local.
Como vocês receberam a notícia que 3% é a série mais assistida do Netflix de língua não inglesa?
Vaneza: A gente tem poucos dados do quanto que eles consomem de produtos nacionais, e ver que eles estão curtindo tanto uma série que demorou tanto tempo para ser realizada com um tema tão forte, é tipo, está dando certo sabe, e isso para o nosso mercado é muito bom e eu como atriz fiquei muito feliz. Essa confirmação foi perfeita.
Rodolfo: Para mim pelo menos é até muito surpreendente, além da barreira da língua, os americanos às vezes não gostam de ver coisas em outras línguas, apesar de ter a dublagem em inglês, e o mercado lá, no qual o catálogo possui muitas outras séries para assistir, eles ainda tem escolhido também ver o 3%, sendo que esse sucesso é muito gratificante para nós.
Além das referências óbvias, o que vocês acham que garantiu que a série fosse um grande sucesso no mundo?
Vaneza: A minha surpresa também com o sucesso é que eles se identificam e questionam, eu penso que uma das coisas que mais gosto na série é a maneira como ela fala sobre meritocracia, ela faz uma crítica ao sistema que a gente tem, mas isso tudo é de uma maneira extremamente humana, sendo que cada personagem traz uma forma de passar a mensagem, é tudo tão humano, tão próximo, trata-se de uma identificação que vai além de culturas, é o próprio individuo que está ali questionando quem é ele dentro dessa sociedade. Eu recebi mensagens de pessoas que se identificavam com a história da Joana na Itália, na Espanha, nos EUA, é isso vai além dessa barreira cultural.
Rodolfo: E além disso, acho que tem uma coisa muito interessante que a série também traz para quem é de fora do país que é o fato da trama ser uma ficção científica, e a gente não chama disso, é uma distopia, mas as pessoas também veem como uma ficção, é um gênero que estamos acostumado a consumir vindo apenas dos EUA, é muito americano, e acho que para as pessoas do mundo inteiro ver esse tema ser feito por “não norte americanos”, especialmente por brasileiros falado em uma língua portuguesa que é uma língua pouco conhecida. Se você ver o trailer legendado no youtube, as pessoas comentam “Que língua é essa?” “É espanhol? ”, ou seja, elas até conhecem um pouco do nosso português, então ver esse gênero que já é um gênero muito usado, mas com as cores não muito usuais, a partir do ponto de vista de quem não é norte-americano e com outras caras e com outro universo a partir desse mesmo gênero, eu acho que é algo de se despertar muito interesse e muita curiosidade de verem, algo que talvez já fosse batido, mas a partir de um novo ponto de vista.
Joana tem como tema a música “A Mulher do Fim do Mundo”, como é interpretar uma personagem que ajudou a popularizar uma música tão empoderadora para mulheres negras interpretada por uma mulher como Elza Soares?
Vaneza: Quando a Dani que é a diretora do episódio falou “Vaneza a gente está pensando em colocar a Elza”, eu falei “perfeito não tem mais o que discutir, é uma pergunta ou uma afirmação?”. Se você quiser escrevo uma carta para Elza falando o quanto é importante que ela esteja e faça parte da trilha sonora da personagem, acho que a gente está vivendo esse momento de empoderamento feminino, momento de empoderamento da mulher negra junto da Joana, é a combinação mais perfeita possível, e é importante isso. Uma coisa que estou adorando acompanhar, é os fãs escrevendo para mim, “nossa conheci Elza Soares por causa da Joana”, gente é Elza Soares né, aquela mulher maravilhosa, e eu fico muito feliz que meninas de 18 anos digam “não conhecia mas conheci através de você”, perfeito, vamos continuar, mostra pros seus amigos, mostra os outros cds que ela tem, pois ela é maravilhosa, então esse diálogo de gerações que acontece através do meu personagem, cara, é perfeito.