Crítica: 100 dias de Resistência

Através do Cinema Virtual100 dias de Resistência foi lançado trazendo uma produção da Síria baseado em fatos reais que exploram um período de guerra histórico envolvendo ISIS e o Curdistão.

Na trama acompanhamos Zilan, uma jovem, retorna à sua cidade natal em busca dos vestígios de seu irmão morto, assassinado pelo Estado Islâmico, mas sua cidade não é o que costumava ser: as tensões sociais e políticas se agravaram em um estado de guerra.

O povo se levantou para exigir sua autonomia política e a polícia e o exército os reprimiram com força brutal. Mas a resistência da cidade continuará por mais de 100 dias e Zilan não permanecerá uma testemunha passiva. A partir dos diários de quem morreu lutando e de depoimentos de sobreviventes, que interpretam os protagonistas do filme, o primeiro longa de Çelik explora conceitos como esperança, amizade, sacrifício e perda na luta pela liberdade de um grupo de jovens.

A direção de Ersin Çelik opera através de dois tons distintos do roteiro, o primeiro inserindo uma grande sensibilidade ao olhar para os personagens como humanos dotados de camadas e dramas bem estruturados, porém também se beneficia por conseguir conduzir muitos momentos cheios de crueza do ambiente da guerra, quase como um documentário extremamente realista.

Um ponto que também que vale ser destacado tanto na direção como no próprio desenvolvimento do roteiro é o olhar feminino sob toda essa situação, pois vemos toda a jornada desse cenário ser feita através dos olhos de Zilan, o que contribui para o envolvimento do público com essa história, mesmo que você não tenha conhecimento histórico sobre a guerra, afinal certas questões envolvem muito mais empatia e compaixão, um elemento universal para públicos de qualquer lugar do mundo.

Um charme especial está na direção de fotografia, usando tons de cores verdes e amarelados, além de acompanhar muito bem a direção do longa alternando em momentos com planos mais longos de drama, tudo isso juntamente de cenas da guerra que nos colocam dentro desse ambiente e nos faz compreender o sentimento presente do perigo e medo.

No elenco nomes como Arif Demîr, Arjîn Baysal, Cîhan Seve, Delîl Pîran e Sahire Ozhan oferecem substância para a produção, explorando através de atuações fortes toda a angústia e desespero dessa guerra.

A produção nos envolve totalmente em uma história simples, mas muito bem executada que explora o emocional das pessoas durante o período desolador dessa guerra, servindo tanto como um drama tocante, mas também sendo um registro histórico importante, o filme está disponível no Cinema Virtual.