Faz parte de um thriller gerar medo ou comover o espectador através de acontecimentos inesperados. “2:22 – Encontro Marcado” é um filme que vai conectar duas pessoas, Sarah (Teresa Palmer) e Dylan (Michiel Huismann) que a partir de um encontro inesperado, uma série de eventos começam a acontecer no horário de 2:22 e sempre ameaçam a mulher com quem Dylan está envolvido emocionalmente. Apesar do filme se propor a ser um thriller ele acaba se transformando em ação, suspense, romance, mas sem nunca conseguir comunicar algo concreto.

O filme tenta forçar coincidências o tempo todo no intuito de convencer o espectador de que existe uma ligação entre as pessoas envolvidas na trama, porém como a história é contada de maneira muito superficial fica difícil compreender qual a intenção do diretor dentro de tanta confusão.

Teresa Palmer já esteve em grandes papéis, como em “Até o Último Homem (2016), “Quando as Luzes se Apagam” (2016), entre outros. Agora em “2:22” ela vive Sarah, uma ex-dançarina que devido a um problema de saúde não pode mais dançar. Paralelo a isso, Michiel Huisman (Dylan Branson) segue a sua rotina, até que em uma apresentação de dança na qual ele decidi ir por proposta de uma amiga, acaba conhecendo Sarah despertando uma atração de imediato.

Huisman apresentou um desleixado, possivelmente devido à toda a confusão do roteiro escrito por Nathan Parker e Todd Stein. Conheço pouco do trabalho do ator, mas aqui claramente ele está prejudicado pela falta de consistência na história.

Na direção de fotografia vemos pouco uso de criatividade ou uma linguagem visual interessante, quase todos os ângulos e movimentos são bem padronizados e comuns. Há uma cena na qual acontece um acidente de carro e nela percebemos uma grande fluidez, agilidade e estilo que intercala ângulos diferentes e velocidades discrepantes para mostrar o impacto do acidente, porém trata-se de um momento completamente desnecessário para a história em si. Por outro lado, durante uma exposição específica são promovidos efeitos visuais usados para sintetizar tudo que o protagonista enxergar, e nesse ponto são bem executados.

A arte ficou um pouco atrás da fotografia, pois não há nem um pequeno momento em que é explorado suas ambientações, além de seus figurinos, que são extremamente comuns e sem grande conteúdo, de forma que não conseguimos enxergar os mínimos traços de personalidade em cada um dos personagens. Tudo aqui parece ter sido feito no automático e serve apenas para reforçar o aspecto mediano do filme.

As cenas de ação são até bem executadas, porém não casam com a trama, assim como as de romance, que parecem não ter um objetivo muito bem definido. O filme poderia até ter dado certo se tivesse optado por apenas um gênero, e tivesse focado em uma mensagem especifica para ser transmitida ao público, afinal a justificativa do desfecho poderia ter sido grandiosa se tivesse tido um aprofundamento para história, mas infelizmente não teve.