A caixa é um elemento que provoca curiosidade ao ser humano por querer saber o que contém dentro, e é com essa premissa que “7 desejos” chega aos cinemas, nos apresentando uma caixa maligna que pode realizar sete desejos. Na trama Clare Shannon (Joey King) é uma garota de 17 anos que está tentando sobreviver a vida de estudante, até que seu pai (Ryan Phillippe) encontra uma antiga caixa de música e lhe dá de presente. O que a garota vem a descobrir é que a misteriosa caixa pode lhe conceder 7 desejos e com eles ela pode ter a chance de conquistar tudo o que quer. Porém, tudo tem um preço e ela vai aprender da pior maneira. Faça um desejo! Mas cuidado com o que você deseja, as consequências podem ser fatais.

Clare tem uma vida conturbada, perdeu sua mãe quando criança, sofre preconceito por seu pai ser catador de lixo, bullying na escola e rejeição amorosa.

Tendo em vista à sua vida, todos os desejos que ela realiza são em torno do seu próprio universo, e após seu pedido a consequência é óbvia e mal executada. Por vezes, parece que o filme quis se utilizar de “Premonição” como referência, mas a diferença é que por mais clichê que fosse, ele tinha um diferencial que era a criatividade das mortes e em “7 desejos” quando a gente observa o local que o personagem está, já conseguimos presumir a forma como ele vai morrer e, muitas dessas mortes não possuem muitas ligações entre elas, sendo apenas as pessoas que “a caixa” escolhe, tendo como critério a proximidade com a garota.

Jonh R. Lionetti que já dirigiu ‘Annabelle’, apresenta em seu novo longa o mesmo problema que entregou no filme da boneca, falhas de roteiro escrito por Barbara Marshall, desfechos mal concretizados e falta de linearidade, ficando bem abaixo da média dos filmes de terror que tem sido lançados este ano como, “Fragmentado” e “Corra”. Lembrando um pouco aqueles longas ‘besteiros’ que por mais previsíveis que possam parecer, você fica interessado em saber o final.

No elenco, Joey King vive a protagonista Claire, uma garota que vai mostrar uma nova face de si, dominada pelo poder e o egoísmo, Shannon Purser e Sydney Park são suas melhores amigas, mas são ofuscadas pelo roteiro. Ryan Phillippe é o pai da garota e cumpre bem o seu papel, enquanto a participação de Ki Hong Lee é de total importância para a história, já que ele é a ligação para entendermos sobre a caixa, além de instigar o que há de bom na protagonista.

A obra possui uma direção de fotografia um tanto comum para filmes do gênero de horror/ terror para jovens, com tons escuros e cheios de contrastes para seu ambiente sombrio e algumas cores destacadas para a escola, mas nada muito característico e marcante, assim como os seus enquadramentos e movimentos que não possuem grande ousadia, porém são funcionais.

Em sua direção de arte se vê técnicas bem semelhantes a fotografia, com cenários eficazes na narrativa, tanto na escola como na casa da protagonista, mas que não fogem do que já foi visto em outros filmes do gênero, o mesmo vale para seus figurinos, cujo objetivo está em nos ajudar a identificar os jovens e as suas classes sociais que fazem parte da discussão proposta pelo roteiro. Há, no entanto, uma arte e design bem interessante para a caixa mágica e misteriosa que move toda a trama e se destaca no longa.

O filme peca quando tenta construir suas sequências de tensão que por muitas vezes acabam se tornando cômicas, além das escolhas do roteiro e os personagens mal desenvolvidos. Apesar de uma boa premissa, “7 desejos” falha na sua execução, porém não é um material completamente descartável e consegue, ao menos, segurar o público durante a sessão.