Na história, Tommy Tilden (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsh) vivem pai e filho ambos trabalham como legistas. Ao receberem Jane Doe (Olwen Catherine Kelly) para iniciar a autópsia de morte desconhecida começam a descobrir pistas macabras, coisas estranhas e perigosas que colocam as suas vidas em risco.
Numa trama como “A Autópsia” um dos principais elementos é o elenco porque são poucos recursos externos e tudo será conduzido por Tommy, Austin e Jane Doe que precisam passar verdade ao público.
A química entre pai e filho se divide entre um tentando encontrar normalidade na situação enquanto o outro vai temendo as coisas que vão acontecendo. É através dos diálogos entre eles que as possibilidades vão surgindo ou sendo eliminadas, de forma que o suspense seja mantido até o fim.
Os contrastes de luzes, sombras e cores mantém um certo controle e equilíbrio na produção evitando cair em clichês de filtros batidos de suspense e terror, assim como o próprio filme que mistura um pouco do real com o fantasioso, o visual dele estabelece-se da mesma forma, o que auxilia sua narrativa e ajuda a alimentar as dúvidas dos protagonistas na história, ao mesmo em que escolhe bons ângulos e trafega a câmera pelo cenário o que faz com que controle nossos medos, expectativas e os mistérios da trama, prendendo o espectador na cadeira do começo ao fim do filme.
A construção de cenários, objetos e figurinos é modesta, entretanto, excepcional na técnica e visão, aqui ela é pensada para construir um local que seja ao mesmo tempo um ambiente familiar dos dois personagens, como também o necrotério onde ambos trabalham, essa mistura se torna muito concisa, e nunca causa estranheza.
O visual de suas roupas, está bem adequado as personalidades do jovem e velho, e sabe dentro do possível desenvolver o estilo da produção e a dualidade e contraste dos dois, mas não há nada de tão inovador nesse âmbito da produção, apenas um trabalho bem feito para se alcançar o necessário para o filme.
Em “A Autópsia” um dos fatores que mais contribuíram para seu sucesso é a forma como seus profissionais de efeitos e da pós-produção criam e desenvolvem um material de qualidade para os fãs do terror “gore”, pois em boa parte da história somos exposto a grandes quantidades de tripas e sangue do procedimento da autópsia feito pelos dois legistas, e aqui entrega-se um conteúdo nojento, real e desestruturador para qualquer pessoa, mas ainda sobre efeitos devemos comentar sobre sua parte tecnológica, pois o visual de uma cena como fogo se torna um tanto exagerado e percebe-se descaradamente os limites financeiros da produção.
Outro destaque bem relevante é a maquiagem de “Jane Doe” que se mantém fiel durante toda a sua autópsia e muitas das mudanças que vão acontecendo casam com a história, então peço que deem à devida atenção ao rosto de Doe porque ele fala por si só.
A inspiração usada possivelmente foi na série de TV “Arquivo X” e no universo macabro e sinistro do escritor H.P. Lovecraft. “A Autópsia” é um filme que foi lançado em 2016 nos EUA, aqui no Brasil chega aos cinemas em maio e é um terror que não precisa de jump scares para se manter em seus 86 minutos, pois ele se preocupa com uma boa história e isso que o torna relevante e um dos melhores da atualidade.