Os filmes de terror começaram a dialogar com a tecnologia, a exemplo os mais recentes foram, “Verdade ou Desafio” (2018) e “Polaroid” (2018). Em “A Hora da Morte” é um filme sobre um novo aplicativo que promete prever o momento exato da morte de cada pessoa e está virando uma febre. A jovem Quinn (Elizabeth Lail) mesmo sem acreditar resolveu baixá-lo, mas tem uma surpresa: ela tem apenas dois dias de vida. Quando a contagem regressiva começa, coisas sombrias passam a acontecer e ela precisará lutar contra o tempo para sobreviver.
Com um rosto conhecido pelo público a Elizabeth Lail ganhou seu espaço através do seu papel como Beck na série “You”, aqui ela vive Quinn uma jovem enfermeira, que tem um trauma familiar em seu passado, mas que após ser promovida em seu trabalho resolve seguir em frente, os problemas começam quando ela baixa o aplicativo, mas como a maioria das pessoas, quem daria atenção a um aplicativo que ia prever a sua morte?
Até que ela começa a ter visões que a deixam atormentada e as coisas em seu trabalho também não caminham da forma que ela esperava, o filme levanta uma questão de assédio no ambiente de trabalho, envolvendo o Dr. Sullivan (Peter Facinelli) que começa a persuadir Quinn a se envolver sexualmente com ele, e por ela ser novata e não ter voz, acaba sendo a “vilã”, quando na verdade, foi a vítima, e é um fato que acontece com muitas mulheres é pertinente tocar neste tema e acoplar em filme de terror que geralmente tem a proposta de assustar, mas que neste caso também traz este alerta porque querendo ou não, ser assediada é um terror psicológico.
Tudo parecia perdido quando cruza no seu caminho, o Matt Monroe (Jordan Calloway) e ambos estão partilhando da mesma situação e em busca da solução para o mesmo problema, eles procuram um padre Father John (P.J Bryne) que conta a ligação do sobrenatural com a trama e até que convence, não é aquela explicação, mas está ok.
O filme também toca na sua relação conturbada com a sua irmã Jordan Harris (Talitha Bateman) que também baixa o aplicativo, e vai precisar de ajudar para se safar dessa, ou seja, são três jovens em busca da sobrevivência que acabaram baixando uma maldição e que vão buscar desfazer para se manterem vivos.
Apesar de que se o filme tivesse se decidido entre realidade virtual e sobrenatural teria sido mais coeso, porque ele poderia ser slasher ou sobrenatural pingar entre os dois gêneros quando não bem executado acabou se tornando um equívoco. Uma outra questão, que estão trazendo para o cinema/séries é a desconstrução dos padres, eles têm se apresentado mais humanos, como, “A Freira” (2018) e “A Maldição da Freira” (2018), mas aqui optaram por trazer um padre cômico, que trouxe informações importantes para a narrativa, mas acabou destoando um pouco da proposta.
“A Hora da Sua Morte” não é um terror descartável, oferece um entretimento funcional para quem gosta de filmes de terror, poderia cair na graça do público assim como, “Premonição” (2000), mas faltou uma pitada de sal para deixar mais saboroso.