Crítica: A Vida Solitária de Antonio Ligabue

A Vida Solitária de Antonio Ligabue chegou ao Cinema Virtual nessa quinta-feira, o projeto é uma cinebiografia extremamente premiada que fala sobre a história do pintor suíço, que desde pequeno sofria bullying dos colegas de escola.

Com transtornos mentais, Ligabue foi internado em diferentes instituições psiquiátricas até ser expulso de seu país e imigrar para Itália, ao longo de anos ele viveu na pobreza do campo, mas nunca desistiu da paixão pelo desenho.

O filme através da direção de Giorgio Diritti e de uma boa atuação de Elio Germano conseguem explorar muito o estado emocional e espiritual de Ligabue e de como sua vida se distorceu conforme anos se passaram, ao em vez de simplesmente optar por ser uma cinebiografia que seguiria a risca uma fórmula já batida e muito usada em filmes, além é claro de design de produção e figurinos impecáveis que nos transportam para todo o cenário da vida do pintor.

A direção e a fotografia frequentemente se interessam por essa mistura de beleza e tristeza na vida de Ligabue, há sim muitas dificuldades e momentos de desespero para o pintor, mas para cada umas situações vivida pelo artista o filme sempre busca lhe mostrar com muita sensibilidade a forma de Ligabue para reagir e olhar o mundo ao seu redor.

O roteiro no entanto se torna o maior defeito da produção e prejudica muito da experiência que esse filme poderia causar no público, pois é uma trama um tanto irregular que demora a lhe fazer compreender melhor os eventos da vida do pintor e muito disso é por conta do início confuso e mal montado.

Esses são problemas que dificultam para que mergulhemos no tom de beleza e tristeza, já que não conseguimos nos conectar inicialmente com o personagem, o que é uma pena, afinal é perceptível que a produção busca algo interessante dentro de um consenso entre capturar a vida desse artista e a sua percepção de mundo e da arte.

Felizmente temos Elio Germano em uma atuação magnífica, então mesmo que você não consiga se conectar com a trama você pode ter uma pequena curiosidade devido ao trabalho de Germano, ele é quase hipnotizante devido a sua performance que vai desde tom de voz em diálogos até uma uma atuação corporal onde vemos como o ator está imerso em cada detalhe do papel.

Talvez esse não seja realmente um filme adequado ao nome de Antonio Ligabue dentro da arte, mas sabe explorar muito bem suas emoções e a forma como ele se socializava em meio aos altos e baixos de sua vida e sabe como argumentar sobre as complicações que sempre precisou lidar devido seus transtornos psicológicos.

Um filme que acaba por nos emocionar muito mais pelos detalhes do que pela sua própria construção da história, já que tanto a direção como a atuação entendem o ponto forte da produção que é o de nos mostrar um mundo de beleza e tristeza que esse pintor sempre viveu e sobre como ele sobrevivia dia após dia.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.