Annnabelle, a boneca maligna derivada de “Invocação do Mal” fez tanto sucesso em sua aparição que decidiram fazer um filme só dela. Embora tenha sido um sucesso nas bilheterias, convenhamos que o filme não chega nem aos pés de Invocação do Mal, mas seu sucesso conseguiu garantir uma sequência, porém reiniciando o universo da boneca e voltando para a sua origem.
No segundo filme as expectativas estavam altíssimas, já que tínhamos David F. Sandberg como diretor e no ano passado ele entregou o excelente “Quando as Luzes se Apagam”. Em Annabelle 2, ele faz um trabalho que consegue se conectar com o primeiro filme, no entanto com outros recursos e apresentando realmente a criação da boneca, tanto que o longa é ambientado em uma época diferente. Sandberg teve boas aulas com James Wan, pois desde os enquadramentos até a forma como constrói as cenas de tensão, seguem a mesma linha do filme “Invocação do Mal”.
“Annabelle 2 – A Criação do Mal” é uma história de origem que acontece vários anos após a trágica morte da filha de um fabricante de bonecas. Samuel Mullins (Anthony LaPaglia) é um homem reservado, e de certa forma um pouco misterioso, a Sra. Mullins (Miranda Otto) parecia bem até perder sua filha Annabelle em um acidente. Doze anos após essa fatalidade, o casal resolve abrir as portas de casa para jovens garotas que estão desabrigadas devido ao fechamento de um orfanato na região. O destaque entre as meninas é a Janice (Talitha Bateman) que é a protagonista dessa história e faz um trabalho excepcional, ela é uma criança mais madura e que sabe transparecer isso, além de ter um bom arco dramático com Linda (Lulu Wilson), que com apenas 11 anos, mostrou que tem muito talento, a atriz fez sua primeira aparição em um filme de terror em “Livrai-nos do Mal” (2014), logo depois roubou a cena em “Ouija 2” (2016) e agora em Annabelle ela cresce mais ainda como atriz, comprovando seu potencial para se destacar na carreira.
O filme se utiliza de vários recursos clichês, mas de forma adequada, além disso, estão sempre acontecendo coisas estranhas e ele sabe equilibrar bem o tempo em tela de cada personagem, é claro que o foco do filme de terror é o escuro e desconhecido, mas neste aqui até de dia coisas bizarras acontecem e realmente são assustadoras e vão ficando cada vez mais frenéticas.
A edição de som do filme é funcional, assim como, a direção de arte que ambienta bem a história na época, com figurinos e penteados adequados. A ideia de filmar em uma casa isolada, barateia a produção e deixa o filme ainda mais assustador, inclusive a residência é um dos elementos fundamentais do longa, pois ela é grande e funciona para dar movimento as meninas, além de viabilizar diversos planos e sequências criativas em sua fotografia.
Na história Annabelle segue sem falar ou andar, o que é até melhor, pois ela funciona realmente como uma coordenadora das atividades do demônio, deixando bem claro que uma criatura do mal se apossou da boneca e quer levar almas com ele, e a boneca não perde a essência de sua real história. Esse filme nos leva de fato para o entendimento de sua origem e cumpri o seu papel em assustar, embora os recursos não sejam tão inovadores.
“Annabelle 2 – A criação do Mal” consegue criar uma carga dramática de forma que fará você se importar com os personagens, a direção de David F. Sandberg foi cautelosa e eficaz em proporcionar para os fãs do universo de James Wan um filme digno para a boneca Annabelle.