“As Trapaceiras” surgiu através da ideia de executar uma refilmagem da comédia “Os Safados” – que por sua vez era remake de um longa de 1964 -, dirigida por Frank Oz com Steve Martin e Michael Caine no elenco e a grande mudança da vez é designar os papéis principais a duas mulheres e não significa que pelo feito, o filme se torna bom, pelo contrário se torna uma das comédias mais entediantes do ano.

Na história Josephine (Anne Hathaway) e Penny Rust (Rebel Wilson) são duas golpistas, uma de baixa rende e a outra de classe média alta, que se unem para destruir caras bem sucedidos financeiramente.

Crítica: As Trapaceiras

A Penny (Wilson) é uma personagem estabanada, cômica e desajustada. Josephine (Hathaway) é dominadora, tem sensualidade e sagacidade para que filme pudesse apresentar algo novo poderia ter subvertido o papel de Penny e Josephine porque a gorda sempre é a cômica? Entendo que a Rubel é uma atriz de comédia e está acostumada a realizar papéis nesse nicho, mas a Anne é uma atriz completa que poderia interpretar qualquer coisa que lhe fosse designado. E talvez, tivesse sido mais divertido ver a inversão de papéis entre as duas.

A base usada para o desenvolvimento do filme é de que homens são alvos fáceis, porém o filme dar um tiro no pé porque a personagem da Penny precisa se encaixar em padrões femininos de beleza para atrair os homens? E como ela não consegue ser sexy o suficiente para atrai-los é utilizada para espantar as presas de Josephine. Além disso, um personagem masculino Thomas (Alex Sharp) é inserido a história para se tornar uma disputa entre as mulheres, o que é mais uma péssima abordagem quando se quer falar de empoderamento colocar duas personagens femininas para brigar por um homem, quem já viu?

E ainda tem mais, em relação ao roteiro, ele é repetitivo e gira em ciclos dando a impressão que o filme não caminha, porque a jornada delas se resume em aplicar golpes sem dar fluidez e carisma alguma para a história. Hathaway é uma atriz brilhante e já mostrou isso em “O Diabo Veste Prada” (2006) e “Os Miseráveis” (2012) ela não precisava envolver o nome dela nesse projeto, e Wilson não é nada além do que se acostumou a interpretar chegou a hora da atriz começar a se reinventar assim como vem fazendo a Melissa McCarthy na sua carreira.

No que se refere a fotografia falha em desenvolver um estilo visual que complemente a narrativa, pois falta ritmo e agilidade na câmera e em sua movimentação, elementos tão característicos e importantes para o tom de histórias sobre “golpes”, tudo redor das filmagens e suas cores soam automático e com um certo padrão que apesar de inofensivos atrapalham o público que não conseguirá se empolgar ou ser cativado pela narrativa do filme.

“As Trapaceiras” não consegue pregar o que se propõe, sendo uma proposta enganosa sobre empoderamento feminino, um filme que literalmente não cumpre o seu papel em nenhum aspecto.


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