É claro que não se podia esperar uma obra acima do original, pois “Carrie, A Estranha” (1976) é realmente um filme que marcou a história do terror e algumas das experiências que a personagem vivenciou se tornaram referências até os dias de hoje.
Em 1976, foi lançado “Carrie, A Estranha”, baseado no livro de Stephen King, já em 1999 tivemos “Carrie 2 – A Maldição de Carrie”, a sequência que chegou aos cinemas para apresentar a continuidade do primeiro filme pressupondo que o pai de Carrie teve uma outra filha com poderes telecinéticos. A única pessoa que segue dando continuidade a história foi a sobrevivente Sue Snell (Amy Irving) nos norteando a respeito dos acontecimentos.
Rachel Lang (Emily Bergl) teve uma infância difícil, uma vez que sua mãe sofria de esquizofrenia e precisou ser internada logo cedo. Na escola, Rachel contava com a companhia de sua melhor amiga “Liza” (Mena Suvari), que acaba se envolvendo com “Eric” (Zachery Ty Bryan), um rapaz que não era bem o que ela esperava, e não estava interessado em um relacionamento sério, o que acabou rompendo as expectativas de Liza fazendo com que a jovem não suportasse a ideia de ser enganada e cometesse suicídio. Devastada, Rachel precisa seguir o seu caminho e acaba tendo Jesse (Jason London) como um parceiro para que ela possa superar essa dor e ser feliz.
A história que seria a proposta de uma continuação acabou fracassando por não desenvolver bem o seu enredo e não apresentar os elementos necessários de uma sequência. O filme ainda perde tempo demais em romances e dramas adolescentes se tornando quase uma comédia romântica que fala de bullying. Além de tudo, ainda é notável uma certa preguiça no roteiro, sendo que talvez teria sido mais condizente apresentar uma obra nova sem o comprometimento de dar continuidade ao longa anterior.
Dentro do filme, a direção de fotografia usa escolhas convencionais de movimentos e ângulos para nos contar a história, não trazendo nada fora do comum, mas sem ficar abaixo do que se espera para o gênero, fora isso ela é bem elaborada ao alternar diferentes tons de cores de acordo com a proposta da narrativa, explorando a escola de forma colorida em paralelo ao resto da produção que busca um ambiente soturno e sombrio que em seus momentos de grande tensão mergulham em um visual preto e branco como forma de intensificar as nossas sensações.
A direção de arte trabalha com figurinos que exprimem um pouco das personalidades de seus personagens, mas o maior destaque fica em seus cenários bem estruturados que ganham ainda mais força no clímax que os distorce com muito caos e destruição, mostrando que há um certo controle da técnica na forma de conciliar tais elementos, tanto de figurinos quanto de cenários, comprovando que “Carrie 2”, apesar de não impressionar, não desliza em sua arte.
“Carrie 2 – A Maldição de Carrie” não chega a ser um material ruim como todo, mas pode decepcionar aqueles que esperam uma sequência do primeiro filme.