Crítica: Casa Gucci

Baseado na história real dos “Gucci”, drama baseado na história da família italiana que se tornou um dos grandes nomes da moda no mundo.

No final dos anos 1970, Patrizia Reggiani (Lady Gaga) conhece Maurizio Gucci (Adam Driver) eles se apaixonam e devido a situação financeira dos Reggiani, Maurizio precisa romper laços com seu pai, Rodolfo Gucci (Jeremy Irons) para seguir com seu romance.

Advindo de Aldo (Al Pacino), tio de Maurizio, eles retornam ao ciclo familiar e Maurizio começa a administrar os negócios da família por sua inteligência, mas a ambição e o feeling dos negócios são a Patrizia que possui, mas conforme seu marido vai ganhando mais poder, ele muda a sua personalidade ou externou o que sempre foi não se sabe, a verdade é que se torna um rico excêntrico e impiedoso. Cada vez mais se instaura um confronto pelo império Gucci que se torna um conflito familiar entre Maurizio, Aldo e Paolo (Jared Leto).

G_05678_RC Lady Gaga stars as Patrizia Reggiani and Adam Driver as Maurizio Gucci in Ridley Scott’s HOUSE OF GUCCI A Metro Goldwyn Mayer Pictures film Photo credit: Fabio Lovino © 2021 Metro-Goldwyn-Mayer Pictures Inc. All Rights Reserved.

Baseado no livro The House of Gucci: A Sensational Story of Murder, Madness, Glamour, and Greed (A Casa Gucci: Uma história sensacional de assassinato, loucura, glamour e ganância, em tradução livre), escrito por Sara Gay Forden e publicado em 2001, o roteiro é escrito por Becky Johnston e Roberto Bentivegna que está longe de ser ruim, mas é novelesco, a trama é focada na Reggiani, o seu arco é bem desenvolvido, mas já as questões administrativas, políticas e os grandes desfiles são tratados com pouco afinco, porém é muita história para se contar, o filme é longo e não enfadonho.

E as atuações contribuem para não nos entediar, pois é impossível tirar os olhos da Lady Gaga, sendo sincera com vocês não tenho referências da família então ao meu ver não é plausível comentar se as atuações estão parecidas, caricatas, pois não tenho como comparar, entendem? Adam Driver sem dúvida é um dos melhores atores da atualidade e aqui ele está tímido e com um ar cômico, mas quando o Maurizio tem a virada de chave, ele consegue mudar o seu olhar, o seu jeito e se tornar desprezível e ambicioso.

Al Pacino e Jeremy Irons interpretam os irmãos Guccie ambos entregam uma atuação satisfatória. Já, o Jared Leto me incomodou um pouco, achei exagerado, piegas e brega, mas torno a dizer, será que o Paolo agia dessa forma?

O diretor Ridley Scott prefere focar na estética dos personagens, maquiagem e penteado, certamente é uma categoria garantida no Oscar 2021. Além, do design de produção, que recria o estilo de vida e glamour dos Gucci incluindo a sua excentricidade e extravagâncias, as casas luxuosas, os esportes praticados, confesso que gostaria de ter visto ainda mais artefatos e um pouco do estilo de vida dos personagens.

A trilha sonora me soou um pouco “fora de time” em alguns momentos e em outros ela foi assertiva como Faith, de George Michael e Heart of Glass, de Blondie que casa com a história do casal que o filme conta que tiveram uma relação perfeita, mas Maurizio mudou e sua mulher resolveu matá-lo por ego, ciúme e inveja dando mais um trágico capítulo aos “Gucci” assombrados por vingança, desafeto e decadência.

Com um enredo que poderia render uma minissérie, mas se tornou um filme num longo copilado que acaba sendo um pouco raso por não conseguir aprofundar todas as motivações necessárias de seus personagens, com pontos de destaque como figurino, maquiagem e penteado, com a direção eficiente de Scott e as atuações que elevam o material Casa Gucci, tem seu mérito, mas deixa a sensação de que faltou uma cereja nesse bolo.