Após uma entrevista com a jornalista de tablóide mal-humorada e implacável Bettina Bamberger (Alexandra Maria Lara) dar terrivelmente errado, o astro Marvin Bosch (Elyas M’Barek) acaba fugindo da mídia e se refugia em um pequeno teatro feminista independente LGBT+ chamado “3000”, que é dirigido por Frieda (Lucie Heinze) e está à beira da falência. Ele, Frieda e seus amigos estarão envolvidos na missão de salvar o teatro, restaurar a reputação de Marvin e dar uma chance real ao amor verdadeiro.
Essa é a premissa da comédia romântica alemã escrita e dirigida por Anika Decker que tem muito charme, mas também comete certos erros ao longo de sua história.
É difícil não se interessar pelo casal improvável formado por Marvin e Frieda, ambos parecem não ter muito interesse no outro e possuem certos atritos devido aos seus mundos. Mas logo eles se envolvem emocionalmente e apresentam um química adorável em tela muito devido ao carisma tanto de Elyas M’Barek como de Lucie Heinze.
Tudo ao redor do encontro entre eles está dentro do típico clichê, mas é atuado de forma tão divertida com o elenco que não há nenhum problema em toda a maneira convencional que vemos o romance e os seus conflitos surgirem com eles sabendo lidar tanto com uma graciosidade cômica como também com certa tensão sexual entre eles.
Ao mesmo tempo, o filme abre uma porta em mostrar e brincar com o progressismo apresentando de maneira leve ao personagem de Elyas M’Barek, enquanto também tenta criar algumas questões sobre a crise em que ele vive e alterna humor de temática social com um certo besteirol que nem sempre se encaixa bem na história.
A inconsistência ente tons e arcos acabam prejudicando muito o ritmo, mas o que funciona e segura a trama nesses problemas é justamente a boa força do casal principal que coloca energia e carisma onde o roteiro começa a errar muito entre suas várias escolhas narrativas. Além de um elenco de apoio que complementa muito bem tanto no humor como nas reviravoltas com Marco Albrecht, Peri Baumeister, Alexandra Maria Lara e Anton Weil.
Em vários momentos também sabe como mesclar visualmente o mundo dos holofotes do astro com esse universo underground do feminismo desse teatro com um deles sendo mais vazio e repleto de luzes e o outro transbordando cores, pessoas de todos os tipos diferentes e uma estética mais urbana e cheia de vida.
Coisas do Amor é uma comédia romântica adorável que une carisma, química e boas temáticas sociais, mas tropeça em certos excessos e desenvolvimentos da história. Mas ainda se sai uma bela opção para relaxar e se divertir em um filme que fala sobre encontrar a felicidade, mergulhar em novos mundos e viver um amor intenso e apaixonante diferente de tudo que havia visto em sua vida.