Crítica: Death Note

A Netflix decidiu arriscar-se e americanizar a obra Death Note, mangá escrito por Tsugumi Ohba que se popularizou em todo o mundo, ganhando um anime com 37 episódios, filmes japoneses, jogos de vídeo game, entre outros materiais. A obra conquistou uma infinidade de fãs, que se viram animados com o anúncio da adaptação do material pelo serviço de streaming.

Crítica: Death Note

Transformar uma obra de tamanha extensão em pouco mais de uma hora e meia de filme é uma das maiores dificuldades ao se tratar de adaptações no geral. Tratando-se de Death Note, o longa acabou deixando alguns detalhes importantes de lado, certos personagens secundários não entraram no roteiro e o ritmo da trama foi bastante acelerado.

Mas todos os fatores citados acima não prejudicaram tanto quanto a mudança radical que foi atribuída aos personagens. Light ou Kira (Nat Wolff), o protagonista que encontra o caderno da morte é retratado como um adolescente rebelde e sem carisma. A genialidade do personagem presente no anime fez falta na trama, mostrando-se presente apenas em uma reviravolta no final o filme.

Em um dia no colégio, Light defende Mia Sutton (Margaret Qualley) de um valentão, a partir de então a garota acaba se transformando em seu par romântico e aliada nas mortes de bandidos pelas páginas do caderno.

A personagem conhecida como Misa Amane no anime, tem uma personalidade sombria e tenta influenciar Light a matar pessoas inocentes quando L, o investigador misterioso decide descobrir quem é Kira.

O filme foca no relacionamento adolescente de Light e Mia, tornando Ryuk, o shinigami responsável por jogar o Death Note na Terra, em um personagem totalmente secundário.

As expectativas em ver Ryuk no filme eram grandes. Quem deu vida ao demônio foi o ator Willem Dafoe, mas sua atuação foi prejudicada em primeiro lugar pelo uso do CGI e em segundo pela pouquíssima aparição do personagem em tela.

O personagem do investigador L (Keith Stanfield) mantém bem pouco do que é apresentado no mangá. Aqui ele é retratado como um adolescente com manias estranhas, apesar de extremamente inteligente. Mas não convence tanto como a representação original.

Em um comparativo com a obra de Tsugumi Ohba, a adaptação da Netflix deixa muito a desejar. Talvez possa convencer a quem não conhece o mangás e animes e consequentemente não tem um material anterior para traçar um paralelo, mas está longe de se tornar tão digna de consagração.