“Doutor Sono” continua a história de Danny Torrance (Ewan McGregor), 40 anos após sua assustadora estádia no Hotel Overlook, em O Iluminado.

Torrance se tornou marcado pelo trauma que sofreu quando criança no Hotel Overlook e lutou para encontrar o seu lugar ao sol. As coisas parecem estar indo bem até que ele encontra Abra (Kyliegh Curran), uma adolescente corajosa com um dom extrassensorial, conhecido como Brilho.

Ao reconhecer instintivamente que Dan compartilha seu poder, Abra o procura, desesperada para que ele a ajude contra a impiedosa Rose Cartola (Rebecca Ferguson) e seus seguidores do grupo Verdadeiro Nó, que se alimentam do Brilho de inocentes visando a imortalidade.

Ao formarem uma improvável aliança, Dan e Abra se envolvem em uma brutal batalha de vida ou morte com Rose. A inocência de Abra e a maneira destemida que ela abraça seu Brilho fazem com que Dan use seus próprios poderes como nunca, enquanto enfrenta seus medos e desperta os fantasmas do passado.

Crítica: Doutor Sono

O filme tem como base o livro homônimo lançado em 2013 e vou deixar claro a vocês que tenho a experiência apenas com a versão cinematográfica, vamos lá, “O Iluminado” (1977) é um filme clássico, aprovado pelos críticos e pelo público, mas Stephen King não aprova a versão de seu livro, vocês sabiam? Talvez, em “Doutor Sono” ele conseguiu contar a história da forma que ele gostaria, pois ele disse em recente entrevista que “Doutor Sono” repara o “O Iluminado”, ou seja, talvez o diretor Stanley Kubrick contou através de suas lentes, uma percepção da qual ele captou sobre depressão, tensão, inquietação e todas aquelas sensações que despertamos ao ver “O Iluminado” e uma coisa é clara se você vai achando que essa continuação pretende resgatar o clima do filme de 40 anos atrás, você está enganado!

E digo a vocês, o maior erro deste filme é carregar o peso de ser a sequência do “O Iluminado”, “Doutor Sono” parece querer caminhar sozinho, começa de forma apressada, querendo apresentar todos os personagens e te diz o mínimo que você precisa saber para poder organizar os acontecimentos na sua cabeça, ainda ressalto que neste primeiro ato existe um problema sério de edição com cortes abruptos, no segundo momento é um período de transição de Dan e isso ocorre de maneira muito genérica, assim como, a  presença de Cliff Curtis que é utilizado apenas para facilitar as escolhas de Dan, que por falar em Dan (McGregor) oferece uma atuação engessada, a sua parceira Abra (Curran) segue à risca o roteiro, mas uma personagem interessante é a Rose (Fergurson) que é cômica no papel de “vilã” da história e consegue divertir o público, mas será que este era o objetivo do filme divertir?

A pegada de “Doutor Sono” é um blockbuster, mas parece que ele não quer assumir, com tomadas de câmera que perpassam pelo cult, mas apoiados em uma fantasia que tem apenas uma cena de horror protagonizado por (Jacob Tremblay), o fato de Dan também trabalhar em um hospital de doentes terminais poderia construir um certo tom de drama para o roteiro, porém as cenas se tornam completamente descartáveis porque não há tempo para se importar, por mais que trate de uma linha tão tênue entre a vida e a morte, doença e velhice, é como se você só conseguisse pensar, o que será que a Rose está tramando?

Mike Flanagan é um diretor que é ambientado no gênero de terror e entregou bons materiais como, “Ouija 2″(2016) e “Hush: A Morte Ouve” (2016) e a série da Netflix “A Maldição da Residência Hill” (2018) inclusive chegou a trabalhar em uma obra de King “Jogo Perigoso” (2017) e talvez ele tenha captado a forma como o escritor gostaria de contar a sua história, sendo assim "Doutor Sono" pode satisfazer ao Stephen King, aos fãs do livro, mas os fãs do "O Iluminado" como eu, sinto que é uma outra ideia, executada de outra forma e que não carregará o legado do original.

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