“Escape Room” é um jogo que tem se tornado uma tendência nos últimos anos. A ideia é juntar um grupo de pessoas e coloca-las em local no qual precisam decifrar diversos enigma antes que o tempo se esgote. Essa premissa foi o suficiente para montar um filme, que acompanha seis estranhos que acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles podem ganhar um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas.

Crítica: Escape Room

O elenco não funciona muito bem, afinal além de não terem material para trabalhar, o grupo formado por Tyler Labine (Mike), Jay Ellis (Jason) e Taylor Russell Mckenzie (Zoey) têm carisma nulo. A mais conhecida aqui é Deborah Ann Woll (Amanda), mas nem ela consegue se destacar, até mesmo Nik Dodani (Danny) que brilha na série “Atypical” não tem espaço e acaba diminuído a uma espécie de “bobo da corte”.

Um dos grandes problemas do filme está na forma como ele foi vendido, aparentando ser uma coisa e sendo outra. Mesmo com as diversas vertentes do terror, “Escape Room” acaba se aproximando mais da ação, com pinceladas de suspense e mesmo a ideia sendo interessante ainda não é bem executada, pois o filme carece de personagens carismáticos, viradas surpreendentes. A história se resume ao trajeto de pessoas mudando de uma sala para outra tentando completar o jogo até chegar no desfecho que está mais preocupado em dar margem para uma sequencia do que em entregar um final digno.

Crítica: Escape Room

“Jogos Mortais (Saw)” (2004) foi um filme que marcou o gênero do terror por sua criatividade e “Escape Room” chegou a ser comparado com esse clássico por conta dos materiais de divulgação, contudo, assistindo ao filme é notável que os motivos dessa comparação não se sustentam, afinal o longa de James Wan foi consagrado pela ousadia e por seu grandioso plot-twist, enquanto aqui as pessoas são escolhidas por um motivo chulo e isso fica se repetindo várias vezes no formato de flashbacks ao mesmo tempo em que os próprios personagens narram as suas histórias na tentativa de enfatizar ou simplesmente duvidar da capacidade do espectador de compreender.

O longa é dirigido pro Adam Robitel que opta por situações de tensão em detrimento do gore, seria essa uma decisão criativa ou visando apenas a bilheteria? O nível desta produção se assemelha com “Sobrenatural: A última chave” (2017) que falha em vários aspectos, inclusive em suas tentativas de criar reviravoltas que acabam atrapalhando mais do que ajudando no desenrolar da história.

“Espace Room” deve dividir opiniões, pois é um filme com uma boa premissa, mas que carece de ousadia, sendo recheado de acontecimentos previsíveis e facilidades no roteiro. Infelizmente, já começamos este ano com um forte candidato a lista de piores do ano.


Trailer: