[Crítica] Horizonte Profundo – Desastre do Golfo

Horizonte Profundo

 

Filmes de catástrofe ultimamente costumam ser literalmente uma tragédia. Esse sub-gênero tem filmes exagerados, que acabam perdendo a essência dos personagens e não norteiam o espectador para o acontecimento, por exemplo, um filme que aborde “uma queda de avião” os personagens começam a apertar um monte de botões e sem uma explicação do que está acontecendo, repentinamente, o avião cai, mas nós continuamos sem compreender o que se passou até essa queda.

“Titanic” (1997), “O Impossível” (2012) caíram no gosto popular por se tratarem de tragédias reais com personagens carismáticos que ficaram marcados na história.

A catástrofe retratada em “Horizonte Profundo” foi a tragédia ambiental do Golfo do México, ocorrida em 20 de abril de 2010, na plataforma da Transocean, a serviço da BP (British Petroleum), onde o vazamento de petróleo no Golfo do México vitimou 11 pessoas e este processo se alongou por meses tomando conta dos telejornais.

Neste longa teremos uma aula do universo petrolífero, de forma didática e paralelamente somos apresentados aos personagens Andrea Fleytas (Gina Rodriguez), o chefe da instalação Jimmy Harrell (Kurt Russell) e o engenheiro responsável da BP, Donald Vidrine (John Malkovich) e como funciona a dinâmica de trabalho na Deepwater Horizon.

 

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A história gira em torno de Mark Williams, sobrevivente real interpretado por Mark Wahlberg, esse que reata a parceria com o diretor Peter Berg que juntos compuseram a equipe de ‘O Grande Herói’ (2013).

O diretor Peter Berg opta por dividir o filme em duas partes, a primeira em que apresenta a petrolífera e os personagens, e a segunda onde ocorre a tragédia e o ritmo dos acontecimentos são frenéticos.

O elenco também conta com a Kate Hudson que tem uma química com o Wahlberg e faz bem o seu papel de esposa preocupada, dedicada e parceira. John Malkovich é um dos principais sócios e tem uma visão fria e mercenária que ele consegue desenvolver bem. Gina Rodriguez que além de semelhanças físicas com a sobrevivente que interpreta transparece uma tensão que emociona, enquanto Dylan O’ Brien é quem traz uma pitada de leveza a toda tragédia.

“Horizonte Profundo” é um bom material que não explora emoções, pelo contrário as trata de maneira sutil, fazendo com que os espectadores tenham uma visão do que aconteceu de dentro do ocorrido com qualidade e aprofundamento dos personagens baseados em pessoas reais, sendo também uma bela homenagem aos que continuam vivos e puderam assistir e aos que se foram.