[Crítica] Inferno

Em “Inferno” mais uma vez o roteirista David Koepp, o diretor Ron Howard, o compositor Hans Zimmer e o ator Tom Hanks se uniram em uma adaptação de um livro de conspiração de Dan Brown, envolvendo novamente o professor e herói Robert Langdon.

O resultado não saiu como o esperado, Inferno é um filme sem ritmo, com bom argumento, mas que infelizmente peca em um roteiro recheado de furos e explicações desnecessárias, e com atuações esforçadas que não compensam o produto final.

 

Inferno

 

Na história, o professor Robert Langdon (Tom Hanks), é jogado em uma trama de conspiração envolvendo simbolismo e muitos enigmas relacionados à obra literária de Dante Alighieri, “A Divina Comédia”. Dessa vez ele se alia a médica Sienna Brooks (Felicity Jones), juntos eles correm contra o tempo para para sobreviver em meio a organizações misteriosas e muitas perseguições ao redor do planeta para garantir o futuro da humanidade.

O roteiro possui mais erros do que acertos, mas ainda assim é recheado de ótimos argumentos, e um conceito de trama de conspiração bem criativa, rico em material histórico, dotado de enigmas curiosos e sabe explorar alguns coadjuvantes. No entanto inúmeros furos na história e a insistência de se explicar cada pequeno acontecimento com diálogos expositivos, o torna ainda mais cansativo no decorrer de sua história, cheio de repetições e redundâncias, mas que felizmente acerta em algumas subtramas.

O filme possui uma fotografia forçada e batida no tom de sépia, movimentos de câmera vergonhosos cheios de cortes rápidos e uma câmera tremida que não consegue empregar o ritmo esperado dessa história, sendo que em alguns momentos causam até um certo enjoo.

A direção do filme é simples mas segura, sabe explorar bem alguns de seus coadjuvantes como Bertrand Zobrist e Harry Sims, evidenciando a importância desses personagens aos poucos na história, e mostrando que habilidade do diretor em Inferno está nos elementos enigmáticos da trama.

 

BERLIN, GERMANY - OCTOBER 10: (From L to R) Dan Brown, Omar Sy, Felicity Jones, Tom Hanks and Ron Howard attend the photocall for "Inferno" near the Brandenburg Gate at Akademie der Kuenste on October 10, 2016 in Berlin, Germany. (Photo by Sean Gallup/Getty Images for Sony Pictures)

O filme acerta e erra em seu elenco. Omar Sy e Felicity não casam bem com os personagens, Tom Hanks se esforça muito e está a vontade em viver novamente Robert Langdon, mas é nos coadjuvantes e enigmáticos anti-herói e vilão que os atores brilham, como nas performances de Ben Foster, que faz o misterioso vilão Zobrist,e principalmente Irrfan Khan, que parece estar muito à vontade e se divertindo muito no papel de Harry Sims.

A produção está ótima recheada de lindos cenários ao redor do planeta , muito bem capturados em cenas ricas no filme. Os efeitos causam certo desgosto pelo exagero do CGI, além do fato que destoa muito do tom da história.

Tanto a edição e mixagem de som quanto a trilha estão ótimas, dando a maior parte da emoção do filme. As composições instigante e explosiva de Hans Zimmer que consegue trazer um brilho para o longa, mostrando que Zimmer é dos poucos da equipe do filme que está realmente inspirado.

Ao final podemos concluir que esse filme não cumpre suas promessas, não empolga e é cansativo, resta esperar que Ron Howard e sua equipe não mantenha os mesmos defeitos em sua próxima empreitada ao adaptar a saga épica de fantasia e terror “Torre Negra”.

REVER GERAL
Roteiro
4
Direção
4
Atuações
5
Direção de Fotografia
3
Direção de Arte
6
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.