Mais uma produção original Netflix chegou ao catálogo do serviço streaming, King – Uma História de Vingança, filme de ação e suspense policial estrelado por Chadwick Boseman (Pantera Negra).
Na história, Jacob King (Chadwick Boseman) é um sul-africano que vai para Los Angeles encontrar com sua irmã, lá enquanto tenta descobrir seu paradeiro ele terminará por cruzar caminho com o submundo do crime da cidade e acabará trilhando uma jornada de vingança pelas ruas de LA.
A produção é a princípio bem comum, mas a direção de Fabrice Du Welz é segura e concisa nos atos da trama, coordenando bem o gêneros de drama, ação e suspense de cada momento, com bom desenvolvimento e uma estrutura ágil e divertida. Entretanto alguns erros de roteiro acabam comprometendo a obra.
Como dito antes, seu enredo fala de uma caçada de um rapaz em busca da sua Irmã desaparecida, que termina por se estender para uma perseguição no submundo do crime de Los Angeles, se parecendo muito com uma versão alternativa de “Busca Implacável”, mas com consequências mais severas e dramáticas.
A obra funciona muito bem ao trilhar caminhos por diferentes gêneros que exploram a criminalidade, e uma jornada de vingança do protagonista, além de desenvolver alguns elos entre personagens como o da mãe, Kelly com o “herói” Jacob, que ajuda a demonstrar certas faces de ambos os personagens.
Entretanto há alguns defeitos que atrapalham, em certos momentos vemos o personagem ser capaz de usar soluções mirabolante para escapar vivo e nunca é apresentado algum indício de ter tais habilidades, isso complica o filme e nos tira um pouco da produção. Como se não bastasse, ainda tentam nos empurrar um desfecho com soluções fáceis que expliquem todas as incoerências narrativas.
A fotografia é marcada por iluminação e cores padronizadas do gênero e movimentos de câmera e ângulos apenas funcionais, sem muito charme, o mesmo ocorre com a Arte, que conta com figurinos pouco inspiradores e cenários apáticos sem muito carisma e funcionalidade no longa.
Agora falado de tudo isso, é preciso admitir que o grande trunfo aqui é o elenco, todos são ótimos atores e mesmo que o personagem não apresente profundidade percebe-se uma dedicação em adicionar camadas e carisma para cada um. Entre os nomes temos Chadwick Boseman, Luke Evans, Alfred Molina, Teresa Palmer, Tom Felton, Sibongile Mlambo, entre outros.
Alfred Molina e Tom Felton tem boas aparições na trama, mas não tem muito o que oferecer. O destaque fica mesmo por conta de Chadwick Boseman, como o complexo e perturbado Jacob que se transforma ao longo do filme devido a todos os acontecimentos que o cercam, Luke Evans que interpreta o carismático e cínico dentista Wentworth que possui ligações com o crime e detém segredos sobre a irmã de Jacob, em menor escala ainda há Teresa Palmer como Kelly, uma mãe solteira que introduz uma relação com Jacob bem explorada e com boa química, mas não aprofundada como deveria. Os outros atores e atrizes são bem funcionais e fazem a premissa do longa fluir de acordo com a proposta escolhida.
“King – Uma História de Vingança” não é o Original Netflix mais diferenciado do catálogo da empresa, contando com ecos de “Busca Implacável” e outros filmes semelhante que vêm surgindo a cada ano. O longa também não possui uma identidade visual charmosa, mas é funcional, divertida e tem uma trama dinâmica que mexe com as emoções em uma direção que sabe o que quer e quando quer, além de ser temperada com performances ótimas, uma boa pedida para quem curte um filme sobre o submundo do crime e um bom thriller policial sobre um homem traçando sua vingança.