Não tem como não ficar com as expectativas altas para os filmes da Blumhouse Productions, após os sucessos de “Corra!” (2017) e “A Morte Te Dá Parabéns” (2017), com “Má” não foi diferente, a trama fala sobre Maggie (Diana Silvers) e seus amigos, todos menores de idade, que estão tentando conseguir bebidas alcóolicas em um mercado quando conhecem Sue Ann (Octavia Spencer), uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los.
Aqui o elemento surpresa é a Octavia Spencer que é bastante conhecida por papéis como “Histórias Cruzadas” (2012) e “A Cabana” (2017) e nesta obra encarnou a Sue Ann, um papel não tão convencional em sua carreira, mas que é apresentada na trama com uma explanação de flashbacks para que possamos entender melhor as suas motivações e como de fato ela se tornou a Má.
Como acontece em muitos filmes de suspense e terror, esse é composto por um grupo de jovens formados por: Haley (McKaley Miller), Andy (Corey Fogelmanis), Chaz (Gianni Paolo), Darell (Dante Brown) e a novata Maggie (Diana Silver), que é “convertida” ao grupo da escola que gosta de passar um tempo bebendo, enquanto ela parece ser a garotinha certinha. Porém, no quesito atuação, o mérito é todo de Octavia que incorpora todas as camadas de uma mulher cheia de rancor do passado e que precisa se vingar a qualquer custo. Temos também o Ben interpretado por Luke Evans, sem entregar nenhuma atuação memorável, como sempre. Evans precisa passar a ser mais seletivo e escolher produções que valorizem o seu potencial. Mercedes (Missi Pyle) poderia ter sido dispensada da história porque a sua participação não agrega em nada, enquanto Erica (Juliette Lewis) tem até um subtexto interessante, mas infelizmente não é desenvolvido.
A direção de Tate Taylor tenta nos conduzir através das motivações de Má, prendendo a nossa atenção até o final, pena que a oportunidade do filme seja desperdiçada no seu terceiro ato com os seus excessos e a sua falta de ousadia. Abordando questões do cotidiano em que tudo parece inocente, mas na verdade não é, o filme também reforça demais em seus flashbacks e diálogos expositivos dando poucas pistas para a gente poder pensar, optando por entregar tudo de bandeja.
Há uma tentativa de levantar alguma questão relevante socialmente que se torna superficial finalizando com violência gráfica. “Má” poderia ter se comunicado melhor, a tentativa de vitimizar a protagonista e não saber onde quer chegar faz com que thriller psicológico com um pouco de slasher transite pela corda bamba, sem saber literalmente onde quer chegar.