Crítica: Minha mãe é uma peça 2

Um filme tipicamente brasileiro, pois muitas pessoas se identificam, sem contar o carisma de Paulo Gustavo que tem milhares de fãs devido a sua peça que já viajou o país inteiro “Minha Mãe é Uma Peça”, que é escrita e protagonizada pelo próprio ator, e é nesta na obra teatral homônima também de sua autoria que levou a sua personagem Dona Hermínia dos palcos às telonas.

O primeiro filme foi um sucesso arrecadando 45,8 milhões no Brasil, e com a mesma fórmula até o momento “Minha mãe é uma peça 2” chegou à expressiva marca de 7,5 milhões de espectadores, segundo dados da ComScore.

A trama da continuidade a história de Dona Hermínia (Paulo Gustavo) que se tornou apresentadora de TV e consequentemente elevou seu “status” econômico, mas, a sua prioridade continua sendo os seus filhos que agora começam a seguir seus próprios caminhos, Marcelina (Marina Xavier) quer ser atriz, e Juliano (Rodrigo Pandolfo) quer arrumar um emprego para ter sua independência. Para completar, a irmã Lucia Helena (Patrycia Travassos) que mora em Nova York há anos vai passar uma temporada na sua casa.

No elenco, interpretando a Dona hermínia, Paulo Gustavo continua entregando o seu melhor, seus filhos a Marcelina vivida por Marina Xavier é uma personagem bem engraçada e com o seu irmão Juliano (Rodrigo Pandolfo) atingem um bom resultado pela quimica dos dois. Além disso temos as irmãs de Hermínia, a caçula interpretada por Alexandra Richter, que se mantém desde o primeiro filme, agora precisa lidar com a chegada de Lucia, vivida por Patrycia Travassos que acrescenta muito humor ao filme. Suely Franco como a tia de Hermínia também está presente, assim como, Herson Capri ambos representam os mesmos papéis do longa anterior.

O filme consegue trazer um assunto que ronda a maioria das mães que é: a saída dos filhos de casa, quando precisam seguir seu caminho, e como fica o sentimento da mãe? Apropriando-se dessa temática o comediante consegue dar vida ao estereótipo da mãe que vai fazer com que qualquer filho, em algum momento, possa se identificar e rir lembrando do dito popular “Mães são todas iguais”, pois aqui temos um material que expõe várias situações cotidianas e caricatas que pessoas passam em algum momento de suas vidas. Já no quesito roteiro sabemos que apesar da história ter mais fluidez e coesão que no filme de 2013, ainda assim, é muito difícil amarrar todas as lacunas que são abertas devido ao excesso de subtramas.

No ponto de direção de fotografia não se destaca e nem atrapalha o filme, mas mantém o velho padrão Globo Filmes do longa anterior, com o uso de cores vivas e fortes e sem ousar muito em criar ambientes e visuais que dialoguem com os personagens e história, apenas focada em vender uma imagem bonita e agradável para todos.

A direção de arte também não foge do que é estabelecido na fotografia, se situando dentro do terreno confortável do filme anterior em que adéqua as necessidades do roteiro, mas jamais tentar algo novo ou fora do comum.

Por fim, se você estiver disposto a garantir boas gargalhadas e até se emocionar, é uma boa escolha para valorizar o cinema brasileiro que apesar de divertir, ainda sim precisa se reinventar.