Crítica: O Mecanismo (Netflix)

Os escândalos políticos envolvendo corrupção no Brasil são tão surreais e ardilosos que ganharam espaço até mesmo na ficção. Como é o caso da Operação Lava Jato,  maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro do Brasil, que foi livremente adaptada para a série “O Mecanismo”, recém chegada na Netflix.

Dirigida por José Padilha, a série entrega um material visual e uma fotografia de ótima qualidade, bem características do diretor que também esteve a frente de Tropa de Elite e atualmente da série Narcos.

Os atores se saem muito bem na construção de seus personagens e nas atuações, com destaque para Selton Mello e Carol Abras, protagonistas da trama. Enrique Díaz e Jonathan Haagensen também entregam um ótimo trabalho.

A inserção de narrações pelos personagens de Selton Mello e Carol Abras acrescenta emoção a série, entrando como um bom elemento para a construção do roteiro.

O que acaba prejudicando a série é que a narrativa se mostra tendenciosa. Apesar de ser classificada como uma obra inspirada livremente na Lava Jato, o que grande parte do público esperou foi por veracidade e em vários momentos a trama deixa a desejar em relação a isso.

De um modo geral, para quem se interessa boas tramas de investigação policial e busca exclusivamente por entretenimento, a série entrega um bom material.