[Crítica] Passageiros

Situações extremas pedem medidas extremas, e levam o ser humano a tomar atitudes questionáveis que podem transitar com facilidade entre o conceito de certo e errado de cada um, essa é a premissa de Passageiros filme do diretor norueguês (O Jogo da Imitação), muito diferente da grande maioria dos filmes de sci-fi o longa está muito mais próximo das relações humanas do que das explorações espaciais, das tecnologias avançadas e das diferentes formas de inteligência.

O filme acompanha Jim Preston (Chris Pratt), um dos 5 mil passageiros em hibernação na nave Avalon, que após problemas técnicos acaba sendo o único a despertar, 90 anos de chegar a seu destino. Sem conseguir encontrar uma forma de reverter o acontecido, Jim começa uma luta pessoal interna para aceitar seu destino, diante de um cenário tão solitário como o espaço a única companhia do mecânico é o robô Frank, que trabalha no bar da espaçonave, mas a falta de motivação passa a tomar conta dos dias de Jim até que ele vê Aurora Lane (Jennifer Lawrence), uma outra passageira que lhe desperta o interesse imediato, ele decide então acordá-la como um último recurso para sua própria sobrevivência.

A relação de Jim e Aurora a partir desse ponto passa a ser o foco do filme, qualificando a história quase como um romance sci-fi e direcionando a trama muito mais ao público feminino, já que o filme aposta num ritmo mais lento em que as relações pessoais são supervalorizadas. A química entre Pratt e Lawrence é palpável mesmo em uma realidade tão distante e é o que de fato da credibilidade ao filme, fazendo com que seu ponto de maior destaque seja atuação dos dois atores. Em um filme de ficção cientifica em que a locação e a ação são apenas um mero pano de fundo para o real conflito que parte da relação e do drama enfrentado pelos protagonistas a atuação deles é o que torna a história crível e interessante.

O longa possui um visual condizente e bons efeitos especiais, as cenas de ação ficam reservadas para o final e passam rapidamente, o que torna o ritmo do filme um tanto descompassado, algo que pode incomodar aqueles que preferem histórias mais estáveis e movimentadas.

Passageiros é um filme que visivelmente opta pelo mais fácil, por isso se equilibra com dificuldade entre seu gênero e seu público, mas diverte e consegue alcançar a profundidade necessária através de atuações verossímeis que são capazes de aproximar o espectador de forma eficiente de um filme que poderia ser muito mais distante da realidade.

REVER GERAL
Roteiro
6
Direção
8
Atuações
10
Direção de Fotografia
9
Direção de Arte
8
Sou do tipo que chora em filmes, séries e livros, por isso mesmo me considero uma apaixonada. Reparo em coisas que pouca gente presta atenção como figurinos, cenários e trilhas sonoras.