[Crítica] Peter Pan

Título: Peter Pan
Gênero: Fantasia, Aventura
Direção: Joe Wright
Ano de lançamento: 2015

 

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Esqueça tudo que sabe sobre a história de Peter Pan e permita que ela seja contada sob uma nova ótica, essa é provavelmente a melhor sugestão a ser dada a quem pretende assistir ao novo filme do garoto que se recusa a crescer. Um pedido um tanto difícil de ser atendido por quem está acostumado a história criada a um século pelo autor escocês J.M. Barrie. A ganância de Hollywood em lucrar e a vontade de diferentes diretores em mostrar sua visão de histórias clássicas é de fato um pouco cansativa, mas Joe Wright se propôs a narrar o “início da lenda”.

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O estreante Levi Miller surge como um Peter Pan de 12 anos abandonado quando bebê pela mãe em um orfanato. Na Londres da Segunda Guerra Mundial, Peter terá ainda de lidar com freiras cruéis, que além de negar comida as crianças ainda vão armar um plano para vender as crianças aos piratas, é assim que Peter vai parar na Terra do Nunca dominada pelo cruel pirata Barba Negra (Hugh Jackman) que vai escravizar as crianças, fazendo-as trabalhar em uma mina em busca do Pixum, o pó das fadas. Lá Peter vai conhecer um Hook (Garrett Hedlund) bonzinho, que também foi obrigado a trabalhar nas minas, nesse ponto Hedlund passa a roubar a cena com ares de Indiana Jones, um humor ácido e piadas ágeis. Rooney Mara, interpreta uma Princesa Tigrinha determinada e independente, seu figurino está incrível.

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O filme vai misturando diferentes estéticas em seus cenários, a mina, por exemplo, lembra muito o ambiente dos filmes do Mad Max, a tribo onde Tigrinha vive se parece muito com um circo, muito colorido e com ares boho. Quanto as músicas o filme tem alguns momentos onde lembra um musical, a grande diferença está na escolha do repertório que conta até com Nirvana e Ramones.

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Levi Miller, prova ser um bom ator, porém não é um excelente Peter Pan, é muito frágil, doce e um tanto carente características que não lembram em nada o personagem criado por Barrie. Peter é na verdade o oposto, um garoto arrogante, insolente e que está sempre fugindo de suas responsabilidades.

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Joe Wright, encanta com sua Terra do Nunca, traz criaturas fantásticas e cenários mágicos dignos dos mais belos sonhos. Os efeitos especiais estão incríveis e tornam o 3D primoroso. É bonito ver como o objetivo estava em cativar as crianças, tanto que o filme torna a morte quase uma poesia, onde o golpe da espada não tem como consequência o sangue e sim uma explosão de cores. Aliás as cores são algo cada vez mais incomum nos filmes atuais, normalmente escuros e monocromáticos.

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Peter Pan é um filme muito mais interessante por seu visual do que pela própria história, é muito mais o meio do que o personagem. O filme vale a ida ao cinema por seu espetáculo pontuado por ótimas atuações, ás vezes até demais, ultrapassando o protagonista. Saímos do cinema nos perguntando como um Capitão Gancho tão cativante pode se tornar alguém tão rancoroso e com tanto ódio de Peter Pan, talvez esteja ai a grande ideia para uma sequência.