“Prison Break” trouxe à tona em sua primeira temporada, uma ideia muito original e que pode ser bem executada ao longo de seus 22 episódios. No seu segundo e terceiro momento a série já deixou a desejar em alguns aspectos, mas, ainda assim não parou de ser um sucesso. A quarta foi a mais extensa, o que possibilitou a abertura de diversas subtramas, algumas mais relevantes, e outras nem tanto.
Mas, neste texto vamos falar sobre a quinta temporada que era muito esperada por todos os fãs e para ela acontecer foi preciso ressuscitar, Michael Scofield (Wentworth Miller). T-Bag (Robert Knepper) começa os trabalhos encontrando uma foto de Scolfied e Lincoln (Dominic Purcell) acreditando que essa é a prova de que seu irmão ainda está vivo! Empenhado em encontrá-lo, ele se une com C-Note (Rockmond Dunbar), que é um dos personagens antigos que mais se mantém presente na história e com Sucre (Amaury Nolasco) que foi colocado de lado na trama, Sara também é contatada sobre a possibilidade de seu ex-marido ainda estar vivo. O elenco antigo propicia um clima nostálgico já que foram cincos anos convivendo no período de 2005 a 2009, encerrando com o filme, ou melhor, não encerrando.
O local escolhido para as filmagens foi em Marrocos para retratar o país de Magrebe, lá Michael estava preso assumindo outras identidades. O problema aqui está no elenco atual onde temos o reforço de Augustus Prew como Whipe e Rick Yune como Ja, ambos acrescentados ao grupo, porém são caricatos e sem muito carisma e ainda há Steve Mouzakis como Van Gogh e Mark Feuerstein como Jacob, que ficam entre os personagens enigmáticos da trama.
Acho que até os próprios fãs imaginaram que a série se encerraria na quarta temporada, mas quando a FOX anunciou que haveria uma continuação, as expectativas estavam altas até porque o material apresentado no seu primeiro momento, em 2005, foi muito bom, é claro que desgastou-se um pouco, mas a verdade é que ‘Prison Break’ conseguiu fechar seus arcos com soluções que chegaram a impressionar. Outro aspecto de destaque é que a quinta temporada esteve muito inferior às demais no quesito história, tudo começou excessivamente enrolado, tivemos uma pintada de nostalgia no começo, mas a trama até o quarto episódio não parecia engajar, além disso, apresentava baixos índices de audiência. Tudo só veio tomar forma a partir do quinto episódio, e o fato de ter apenas nove prejudicou um pouco, fazendo com que o roteiro tivesse que correr na reta final.
Tivemos muita ação e pouca emoção, e isso é contraditório pois a maior motivação de Michael era a sua família, e eles não desenvolveram seus dramas familiares, sendo assim se caso houver uma nova temporada poderia ser aprofundado o arco de Michael com o seu passado e mostrar como ele se sente com todos os seus traumas, eu particularmente iria adorar, mas não sei como o público iria receber.
A fotografia sempre foi um ponto equilibrado nas produções de Prison Break, e sabemos que essa não era uma série que explorava a forma técnica e artística de seu visual, por ser voltada para as massas e nos anos em que foi transmitida era algo muito raro pensarem nisso de forma aprofundada em uma série de tv. Agora em 2017, ela retornou utilizando, como de costume, filtros fortes um pouco exagerados para diferenciar o ambiente da prisão de todo o resto, algo já esperado pelos trailers, entretanto o que é notável são os ótimos movimentações de câmeras e cortes rápidos que trazem muito ritmo e estilo pra série, resultando naquele ar frenético que era um dos maiores charmes das temporadas anteriores e nisso a produção se manteve.
Novamente vamos falar sobre um âmbito que possui um viés mais artístico, a direção de arte. Pois bem, aqui ela se mantém estável mais uma vez, nos contextualizando com a ideia dos personagens estarem coexistindo em um país do Oriente Médio, com figurinos e cenários típicos do local, nada muito apurado, já que se viu muito disso em diversas outras séries mas, o acerto está na forma como suas vestimentas conseguem trazer o tom de suas personalidades, seja nas roupas sociais respeitáveis de Jacob ou nas velhas e surradas de Lincoln Burrows, que demonstram uma conexão com o visual e a pessoa que ele era anos atrás na trama com Michael, dialogando assim com a nostalgia dos fãs.
‘Prison Break’ nos apresentou um material nostálgico, e com gostinho de quero mais, espero que tenhamos uma sexta temporada a caminho.