Para Nadine (Hailee Steinfeld) existem dois tipos de pessoas no mundo: Aquelas que se sobressaem naturalmente na vida e as que esperam que todas aquelas outras morram numa explosão.

O filme começa retratando a sua infância e sua dificuldade de fazer amigos na escola até que ela conhece Krista (Haley Lu Richardson) ambas firmam uma amizade em que uma se torna parceira da outra em todos os momentos de suas vidas.

Aos 13 anos, Nadine enfrentava dificuldade com as mudanças de seu corpo, ao chegar aos 17 anos muitas mudanças acontecem em sua vida após Krista dormir com Dorian (Blake Jenner) o irmão de Nadine. A sua melhor amiga e seu irmão acabam se apaixonando e começam a namorar e ela tem muitas dificuldades para lidar com essa situação que parece o fim do mundo, mas será apenas o começo do amadurecimento.

O filme foca nas relações de uma adolescente com a sua melhor amiga Krista que parece ser a motivação da vida da garota e que de repente passa a ser o seu maior pesadelo por ela namorar com o seu irmão, com o qual ela tem uma relação competitiva e acredita que ele é egoísta e quer ser sempre o melhor em tudo. Sua mãe Mona (Kyra Sedgwick) é bem conturbada, e é o seu professor quem faz o papel fundamental para coordenar as ações de Nadine sempre a ouvindo e dando o seu conselho de maneira honesta sem floreio e mostrando que viver é correr riscos, que ela tem que se expor e que deve procurar se adequar as suas realidades e enfrentar os seus problemas, é uma relação de professor e aluno que emociona até porque quem faz o Mr. Bruner (Woody Harrelson) se dedica a ser sarcástico, irônico e ao mesmo tempo consegue te emocionar, além de explanar um pouco do cotidiano da vida de um professor do Ensino Médio.

A sua fotografia também se destaca no longa com cores vivas que nos apresentam um tom jovial, mas que no decorrer do filme abre espaço para cenários sombrios dotados de carga emocional conforme o filme caminha pelos dramas da vida de Nadine.

Nessa produção o ganhador do Oscar James L. Brooks dedica-se a um olhar e técnica atento em sua arte com cenários bem construídos que representam muito de seus personagens como a casa do professor e a o quarto de Nadine que demonstram uma certa elaboração nos elementos. Há também uma boa construção dos figurinos seja nas vestes desajustadas dela quanto no estilo de seu irmão com suas roupas populares, mostrando muito da personalidade de cada um tanto da despreocupação dela quanto na dele.

Outra questão que é muito relevante é sobre a direção cuidadosa de Kelly Fremon que em seu primeiro filme consegue equilibrar bem a ligação de um adolescente moderno que se sente desconexo com o estilo de vida dos adolescentes atuais através da interpretação de Hailee Steinfeld que é uma das atrizes mais promissoras da atualidade já tendo sido indicada pelos prêmios: Globo de ouro e Critics’ Choice Award, apesar de ainda não ter faturado nenhum, mas, tem uma longa estrada pela frente. Já o filme levou New York Film Critics Circle Award de Melhor Primeiro Filme.

Outro aspecto interessante é a personagem lidar com o primeiro amor tratado com Nick Mossman (Alexander Calvert) um típico bad-boy e Erwin (Hayden Szeto) um garoto jovem de alma velha, sendo este o primeiro trabalho do ator.

Ao final de “Quase 18” sentimos uma enorme satisfação em ter participado dessa jornada de Nadine divertida e emocionante na dose certa além de, transbordar muito carisma, algo que não sentíamos em filmes sobre a realidade de jovens desde os clássicos de John Hughes dos anos 80, um diretor que assim como Kelly Fremon soube entender bem os adolescentes, seu mundo, suas alegrias e suas preocupações.