Crítica: Thor – Amor e Trovão

Toda a franquia de Thor começou em 2011, então, o filme mostra o começo da sua vida na Terra. Thor é o deus do trovão na mitologia nórdica, e sendo um deus poderoso. Suas ações de deus criam uma treta entre os deuses, reacendendo uma antiga guerra no reino de Asgard.

Odin, o rei dos deuses e pai de Thor, pune seu filho mandando-o para a Terra. Agora Thor tem o desafio de aprender a viver como um humano. E obviamente uma mortal se apaixona por ele e no processo Thor aprende o que é preciso para se tornar um herói de verdade, bem a tempo de impedir que Loki, seu irmão, domine Asgard e espalhe o mal.

Em 2013, eis que chega o segundo filme, Logo depois dos acontecimentos de Thor e Os Vingadores, Thor luta para restaurar o equilíbrio em todo o cosmo, mas uma raça antiga liderada pelo vingativo Malekith retorna para afundar novamente o universo em escuridão. Diante de um rival que sequer Odin ou qualquer asgardiano possa enfrentar, Thor embarca em sua jornada mais perigosa e pessoal até agora, que o reunirá com Jane Foster (Natalie Portman) e o forçará a sacrificar tudo para proteger a todos nós.

Após os episódios de Vingadores: Era de Ultron e Thor: Ragnarok, Thor (Chris Hemsworth) está preso do outro lado do universo, ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e impedir o Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela (Cate Blanchett).

A partir do terceiro filme houve uma mudança significativa no teor devido a direção de Taika Waititi que é um diretor de cinema independente da Nova Zelândia que ganhou destaque com a comédia de horror, O Que Fazemos nas Sombras (2014) e o cativante A Incrível Aventura de Rick Baker (2016), além de ter ganhado um Oscar de melhor roteiro adaptado com Jojo Rabbit (2019).

Os seus filmes costumam trazer a comédia de sátira em combinação com outros gêneros como fantasia ou drama, assim ele acabou sendo trazido para a Marvel e estabeleceu forte relação com o estúdio sendo até mesmo contratado para outros departamentos da Disney como em The Mandalorian, uma série de Star Wars.

Waititi segue na direção de Thor: Amor e Trovão em que dessa vez Thor pede a ajuda da Rainha Valquíria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e Jane Foster (Natalie Portman), sua ex-namorada, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente consegue empunhar seu martelo mágico, Mjolnir, o que confere Jane com o poder de Thor.

Após a ressaca de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022) e a experiência com Thor: Ragnarok (2017) confesso que as minhas expectativas estavam baixíssimas, pois ambos os filmes não corresponderam as minhas expectativas, não vou adentrar no mérito de Doutor Estranho, vou falar de Ragnarok que por suas escolhas, o seu humor escrachado, a forma que foi abordada a morte de Odin (Anthony Hopkins) e o personagem do Hulk (Mark Ruffalo) foram aspectos que não me agradaram.

Nas HQs o cerne da questão da história é baseada em dois diferentes arcos de Jason Aaron, tanto a trama relacionada ao Gorr como a chegada da Poderosa Thor vieram de sua fase nos quadrinhos.

Essas HQs marcaram muito por serem aventuras cheias de ação com elementos de fábulas antigas que trazem reflexões sobre a vida de Thor e seu futuro, mas também possuíam uma perspectiva de questionar o papel dos deuses e certas hipocrisias da sociedade patriarcal.

Parecíamos que íamos embarcar numa viagem com Thor e Guardiões da Galáxia, mas não é bem isso que acontece… O universo está um pouco parecido com o do filme anterior, dessa vez desenvolvendo o arco de Jane Foster (Natalie Portman) focado nos quadrinhos, no qual ela está lutando contra um câncer fase 4 quando se torna a Poderosa Thor. Além de apresentar Gorr, o Carniceiro dos Deuses interpretado por (Christian Bale), como o grande vilão da narrativa e ainda, Zeus, (Russell Crowe).

De destaque no quesito atuação, vale a pena falar sobre Christian Bale, que faz sua passagem com louvor, Portman também volta bem inspirada e Chris Hemsworth segue divertido. Acho que está na hora de Valquíria (Tessa Thompson) ser algo além de funcional, ela precisa ter um espaço digno de sua potência e espero que seja breve.

Como casal Thor e Jane Foster tem pouco, mas dele e a poderosa Thor temos o suficiente para satisfazer os fãs e eles continuam funcionando bem juntos, e a questão de como é abordado o seu câncer até que é interessante e o todo fio condutor do filme é sobre eles lutarem contra a exterminação dos deuses, alguns pode falar que o filme não tem muito a dizer, mas acho que ele se comunica melhor que o recente Doutor Estranho, mas é algo raso, sem profundidade e cheio de cores.

O visual da produção trabalha com vários efeitos visuais roxos, verdes, além de um uso interessante de um local preto e branco, por sinal tudo na aventura remete muito à quadrinhos passando por diversos cenários diferentes e sempre contendo bastante ação e lutas bem coreografadas, mas um ponto que vale ressaltar é a caracterização de Christian Bale como Gorr.

Thor: Amor Trovão não funciona como um portal para o multiverso, ele funciona sozinho, tem referências bem contundentes em relação aos quadrinhos e poderia ter concedido um filme fora da caixa, mas é tudo muito preso a essa fórmula Marvel que precisa se reinventar, mas aos que forem aos cinemas podem esperar um filme despretensioso e divertido.