A convite da Warner Bros. Pictures, nós tivemos a oportunidade de entrevistar Andy e Barbara Muschietti, diretor e produtora de “IT: Capítulo 2”, que estiveram no Brasil para promover o filme.
Conhecidos por trabalhos como “Mama” (2013), os irmãos já demonstram um carinho especial com o terror. Para Barbara, muito do sucesso desse gênero vem do sentimento que ele carrega. “É um gênero emocional e nós somos pessoas emocionais. Nós fazemos os filmes que nós gostaríamos de assistir”, comenta a produtora.
Qual foi a parte mais desafiadora de adaptar a segunda parte do livro?
Andy: É grande, é maior que a primeira parte, não foi difícil, mas com certeza foi desafiador. Tivemos que captar a essência emocional da história e converter em um filme que tivesse menos de 4 horas…
Barbara: O primeiro corte teve em torno de 3 horas e 23 minutos [risos].
Andy: O mais complicado é que a história se passa em muitos dias no livro, então para transformar isso em 2 horas de filme nós tivemos que ajustar alguns eventos, tornar alguns deles sequenciais. É desafiador, mas divertido, sabe?
Eu gostaria de saber um pouco mais sobre a relação de vocês com a minissérie dos anos 90, ela serviu como inspiração para alguma parte dessa adaptação?
Andy: Eu amo a minissérie, mas ela não chegou a ser usada como referência. O que você acompanha na tela é basicamente a minha tradução emocional do livro que eu li e me impactou pela primeira vez aos 14 anos e novamente quando eu reli, 30 anos depois. É engraçado como existiu um paralelo entre a minha idade e a dos personagens com essa lacuna de trinta anos entre uma leitura e outra. Na segunda vez eu tive uma outra visão, agora como um adulto, assim como acontece com os personagens.
Barbara: Na época de lançamento da minissérie nós morávamos na Argentina, então o conteúdo só chegou para nós mais tarde.
Andy: E o material já chegou em formato de VHS, como um filme de duas partes. Além disso, na época eu já era crescido, então a produção não causou o mesmo impacto que teve nas crianças daquele período.
Vocês convidaram o Stephen King para participar do projeto? Ele fez algum tipo de exigência?
Barbara: Ele pediu para colocarem flores brancas em todos os lugares que ele passasse… brincadeira [risos]
Andy: Eu particularmente quis que ele estivesse mais ciente do que nós estávamos fazendo, mais do que ele esteve antes. No primeiro filme eu fiquei bastante nervoso na hora de conhecer ele e compartilhar os detalhes do projeto, pois eu queria filmar a minha visão do livro, mas de qualquer forma ele não interrompeu em nenhum momento. Mais tarde ele assistiu o filme, gostou bastante e nós começamos a conversar com mais frequência, então nesse segundo capítulo eu realmente quis ter ele presente. Ele sabe separar a adaptação cinematográfica da obra literária.
Barbara: Ele já chegou até nós com um consenso de que ele é um escritor, então ele separa o trabalho dele e as adaptações que as pessoas fazem com os seus livros.
Vocês sempre tiveram Jessica Chastain como Beverly? Quais outros nomes vocês já tinham em mente para interpretar os adultos?
Barbara: Nós amamos a Jessica desde quando filmamos “Mama”, então ela veio em nossas mentes imediatamente quando pesamos na Beverly e inconscientemente, quando Andy estava escalando Sophia Lilis ele já pensava “temos uma mini Jessica aqui”. Então ela sempre foi a Beverly para nós, só foi preciso conciliar algumas questões de agenda.
Andy: O James McAvoy eu realmente queria no filme, Bill Hader também. Mesmo o James Ransone, que provavelmente é o nome menos conhecido, já circulava na minha cabeça. Ele tem essa energia e fala rápida que poucas pessoas tem, assim como o Jack Dylan Grazer, que interpreta o Eddie jovem. Sem contar que eles são parecidos, então foi uma escolha ótima. O mesmo aconteceu com Hader que é o Richie perfeito, um cara extremamente engraçado, além de um excelente ator dramático.
O filme tem muito terror, mas o grande destaque está nas emoções dos personagens, como foi trabalhar para alcançar esse resultado intenso de cada ator?
Andy: O valor emocional foi muito importante para a história, começando com o trabalho de cada ator, depois os ensaios em grupo comigo e finalmente no set. São três etapas e cada uma adiciona uma nova camada. Mas no final são os atores que constroem os personagens, eu apenas faço o meu melhor para ajudá-los a chegar até lá.
Barbara: Eles também são todos muito generosos entre si e estavam sempre dando suporte um ao outro, mesmo quando não estavam presente na cena que estava sendo filmada.
“IT: Capítulo 2” chega aos cinemas no dia 5 de setembro.
Trailer:
Leia também:
- Cinepólis anuncia combo incrível de “It: Capítulo 2”
- Por Onde Andam? O elenco de “It – Uma Obra-Prima do Medo” 27 anos depois
- Top 5 curiosidades de “It – A Coisa”
- Arquivo Confidencial: Stephen King
