No último dia 04 participamos da coletiva de imprensa do filme “Talvez Uma História de Amor” que aconteceu em São Paulo, e conversamos com o diretor e roteirista, Rodrigo Bernardo, e com o ator, Mateus Solano.
No filme conhecemos a história de Virgílio (Mateus), que acredita que a melhor maneira de não terminar uma história de amor é não começá-la. Um personagem metódico, que busca controlar sua vida de todas as maneiras, mesmo nos mínimos detalhes. Até que um recado deixado em sua secretária eletrônica por uma mulher o desconcerta: Clara está terminando com ele, não é mais possível continuar o relacionamento dos dois. E desliga. No entanto… quem é Clara? Virgílio não se lembra dela, nem de ter se relacionado com ninguém. Os amigos comentam, os colegas de trabalho perguntam, todos de alguma forma sabiam da relação dos dois, menos ele. A partir daí, Virgílio parte em busca de encontrar essa mulher misteriosa e talvez, o amor da sua vida.
Abaixo você poderá conhecer um pouco mais sobre o filme através da ótica de seus criadores.
A importância de São Paulo
O bate papo começou com um questionamento sobre a forte presença da cidade de São Paulo no filme. “No livro, que se passa em Paris, ela é uma cidade muito importante e é muito bem descrita. Então na hora de escrever o roteiro eu pensei ‘Por que não fazer algo parecido com São Paulo?’ e tentei mostrar a cidade um pouco diferente daquela que a gente vê todo dia. Eu quis deixar São Paulo quase como um coadjuvante na história, um retrato, uma paisagem. Por isso a escolha de filmar na Paulista, no MASP, no Martinelli e em outros edifícios marcantes”, disse Rodrigo Bernardo. “São Paulo é apresentado poeticamente e depois seguimos para Nova York. É um filme bastante urbano”, completou o protagonista, Mateus Solano.
Quanto as dificuldades de conseguir viabilizar cada uma das locações, o diretor comentou que foi um processo difícil e que rendeu várias histórias, mas valeu a pena todo o esforço.
Romance x Comédia
Foi perguntado sobre o equilíbrio entre os gêneros de comédia e romance dentro do filme, sendo que o romance, evidentemente, é o que se sobressai. “A gente brinca que o filme é uma comédia romântica romântica. E tem aqueles que são comédias românticas comédias”, brincou o diretor. “Nada disso foi pensado antes, mas é tão real o medo que as pessoas têm de experimentar o amor, se jogar e se arriscar, mesmo que nada de certo, que acabamos sendo levados pro romance”, concluiu.
Aos risos, Solano acrescentou: “Basta dizer que se fosse uma comédia romântica comédia, eu não estaria nela.”
O Personagem
Questionado sobre a construção do personagem Virgilio, Mateus Solano revelou: “Foi um dos poucos personagens em que eu não fui atrás de livros, pesquisas, filmes… O Virgílio foi sendo construído entre nós dois [ator e diretor] e através da relação que ele tem com o outro e com o mundo a sua volta. O Virgílio conhece o que está ao seu redor, mas passa o filme todo tentando entender o que ocorre dentro dele.”
O ator ainda resumiu o processo criativo do seu personagem como “gerúndio, um personagem que foi acontecendo.”
Mais tarde, dissecando sobre o caráter do protagonista e a mensagem que ele deixa ao público, Mateus compartilhou um pouco da sua interpretação pessoal acerca do trabalho realizado, “Tem essa palavra ‘Talvez’ que está presente tanto no OFF que inicia, quanto no que termina. O Virgílio tem aversão ao ‘Talvez’, para ele é ‘sim’ ou ‘não’. Eu, particularmente, após assistir ao filme como espectador, acredito que ele é um convite para nós nos darmos uma chance para novas formas de ver, de sentir e de amar.”
Livro x Filme
“Talvez Uma História de Amor” é adaptado de um livro com o mesmo nome escrito por Martin Page e publicado no Brasil pela editora Rocco. Além da localização da história ser diferente, o filme também toma outros caminhos distintos do livro, sendo o desfecho, o principal deles.
Quando questionado sobre a visão do autor em relação a adaptação e as suas mudanças, o diretor mencionou uma fala dita pelo próprio autor na época das filmagens: “O livro é a minha arte e o filme é a sua arte. Confie no que você vai fazer e faça”, mais tarde, quando o longa ficou pronto, o autor ficou bastante contente com o resultado.
Cynthia Nixon e Thaila Ayala
‘Talvez Uma História de Amor’ é recheado de participações especiais de grandes nomes, em especial temos a icônica presença de Cynthia Nixon, da série “Sex and the City”, e Thaila Ayala, que contagia o filme com seu charme e doçura.
Mateus Solano comentou como foi contracenar com ambas atrizes.
“Eu sempre gostei da Thaila, desde quando eu a via na televisão e não a conhecia, então eu me apaixonei por ela já na primeira improvisação no set. Ela conseguiu aparecer com a personagem logo na primeira cena. Eu me senti como um menino de 16 anos, na escola, com aquela garota, que é tão perfeita que parece que não podemos nem chegar perto”, revelou o ator, demonstrando muito carinho pela colega de elenco.
“Com a Cynthia foi demais. Eu comentei que sou fã dela por ‘Amadeus’ (1984) – eu não assisti ‘Sex and the City’ – e ela começou a me comentar histórias da época do filme e de como foi ser americana na Checoslováquia socialista, gravando com seus 17 anos de idade, além de uma série de outras histórias.”
Trilha Sonora
Outro tópico levantado durante a coletiva foi referente a escolha das trilhas sonoras, afinal de contas o filme conta com uma seleção emocionante e que tem desde canções nacionais, como internacionais.
“Metade das canções já estavam marcadas no roteiro, então a cena da lanterna com a música do Hozier [‘Cherry Wine’] eu coloquei no looping e fui escutando enquanto escrevia a cena. Eu tinha uma preocupação em tentar trazer o tema da memória com as músicas, então ‘September Song’, por exemplo, começa com ‘Do You Remember?’ [‘Você se Lembra?’], que é a música tocada na festa onde eles, Virgílio e Clara, se conheceram”, comentou Rodrigo. “Mas a primeira opção sempre foi Frank Sinatra, por conta de Nova York e toda a história do personagem”, finalizou.
“Talvez Uma História de Amor” chega aos cinemas no dia 14 de junho, com pré estreias pagas a partir do dia 12.