E assim mais um filme de sucesso chega à televisão em uma adaptação para o formato de seriado, causando medo e dúvida ao público.
“Máquina Mortífera” foi uma franquia de muito sucesso nas décadas de 80 e 90, que popularizou o sub-gênero policial de ação de buddy cops, onde a química entre os policiais é que garante grande parte do sucesso do filme. A franquia foi responsável por impulsionar a carreira de Mel Gibson e Donald Glover, e agora chega ao formato de série de TV.
A série conta com o retorno de Damon Wayans para a TV, interpretando o icônico personagem de Danny Glover, e traz também Clayne Crawford (Amor para recordar), no papel que foi de Mel Gibson.
Após Martin Riggs perder a mulher grávida, ele se muda para Los Angeles para iniciar uma vida nova. Lá o acaso acaba fazendo com que ele forme uma inusitada parceria com o detetive da polícia Roger Murtaugh, que, devido a um recente ataque cardíaco, está evitando a todo custo qualquer estresse e perigo em sua vida.
O roteiro é muito dinâmico, alternado bem entre drama, humor e ação durante o episódio. Apesar disso ainda falta um pouco de originalidade, afinal o episódio não foge muito da trama do primeiro filme, apenas modernizando a história e personagens para os dias de hoje, trazendo diversas referências e se adequando logicamente aos estilos de atuação dos novos atores.
A performance de ambos atores é muito boa, trazendo o espírito de buddy cop mais vivo do que nunca. Clayne e Damon fazem uma dupla muito interessante e divertida de acompanhar, com uma boa mistura de drama, ação e comédia equilibrados no tom certo, assim como o primeiro filme fez em sua época.
A fotografia é bem comum e caracteriza o visual clássico de Los Angeles colorida e ensolarada. Já a trilha sonora é bem colocada e traz um ar moderno para a nostalgia da produção, tornando-se um ponto muito positivo da série.
A direção da série conta com diversos momentos que emulam os filmes clássicos da década de 80, com alguns elementos de ação que parecem ter saído de jogos como GTA. Porém, isso não afasta a audiência, apenas mantém a produção em um terreno seguro, capaz de atingir o público jovem atual, apesar do predomínio de estilo dos filmes antigos da franquia.
Ainda é cedo para dizer como será a série, pois isso dependerá do seu desenvolvimento, e de possíveis mudanças que tragam mais originalidade ao projeto e atraiam mais os jovens. No final das contas, este piloto é uma releitura fiel, divertida e cheia de promessas. Mesmo sem saber se elas serão ou não cumpridas, temos aqui uma série empolgante e recheada de drama, ação e humor que deve divertir por muitas semanas.