Para escrever um texto de primeiras impressões, costumo assistir a dois episódios para sentir a produção e tentar cogitar a que veio, e Mare of Easttown a nova produção da HBO foi à escolhida para comentarmos.
Kate Winslet está de volta! E para ser protagonista, a Mare Sheehan (Winslet), detetive de uma pequena cidade de Easttown, nos Estados Unidos, investiga um assassinato local de uma jovem de sua comunidade há mais de um ano, ao mesmo tempo em que a vida pessoal e consecutivamente a profissional desmorona à sua volta.
O cenário é aquela típica cidade em que todos se conhecem, qualquer um pode ser suspeito, qualquer movimento é cobrado e exigido pelos moradores locais, qualquer acontecimento a polícia é acionada para sanar a questão, os casos corriqueiros ficam a cargo de Mare, a investigadora recebe ligações diretamente de seus vizinhos para resolver desde um suposto homem que fica observando a casa de uma vizinha a um embate entre dois irmãos ocasionado por drogas.
Entre tantas atribulações, o seu trabalho a consome, de forma que dificilmente tem tempo para apreciar uma refeição, o seu espaço em casa é dividido com a sua mãe (Jean Smart), com a filha Siobhan (Angourie Rice) em que tem uma relação conturbada, mas o que desperta a sua sensibilidade é o seu neto Drew (Izzy King), que passou aos seus cuidados após a aparente morte do filho mais velho. Logo atrás de sua casa vive o seu ex-marido Frank (David Denman) e a sua recém-noiva Faye (Kate Arrigton) em que parecem cultuar um ninho de amor, sentimento este que Mare não está muito aberta a vivenciar, mesmo quando surge alguém que parece ser interessante Richard Ryan (Guy Pearce), escritor recém-chegado à cidade e que pode ser bem colaborativo para história, já que a relação dele acaba evoluindo para um segundo encontro. Será que este escritor tem segredos a serem desvendados?
A sua imagem de investigadora é respeitada na comunidade, porém sempre que o nome Katie Bailey vem à tona, é abalada, por se tratar de um caso que não conseguiu desvendar, quando a Dawn Bailey (Enid Graham) mãe da moça procura a mídia para cobrar das autoridades, ela carrega no olhar o sentimento de tristeza por não ter concluído o caso. Mas, precisamos falar de Erin McMenamin ( Cailee Spaeny), uma adolescente de 17 anos, que é mãe de um bebê de um ano, depende financeiramente do pai (James McArdle) e não pode contar com a ajuda de seu ex-namorado Dylan Hinchey (Jack Mulhern) abandonada pelos próximos e sofrendo chacotas constantes de Brianna (Mackenzie Lansing), o cotidiano de Erin não é fácil, ate que ela começa a teclar com alguém, acreditando que terá um encontro, o que não acontece e eis que Erin surge morta em um riacho e temos aqui o gênero estabelecido um drama criminal.
Será que estes crimes tem ligação? Talvez sim, por se tratarem de duas jovens em faixa etária parecida. E talvez não, pela diferença de tempo entre uma morte e outra ou temos um matador “frio e calculista” ou “amigão da vizinha” que é cauteloso para não levantar suspeitas.
Diante de tantos acontecimentos, em uma cidade pacata, a ajuda chega um investigador advindo do Condado, Collin Zabel (Evan Peters) é renegada por Mare inicialmente, apesar disto ele tenta executar o seu trabalho, mas parecem que estão longe de fechar o caso, a minissérie que terá sete episódios, ainda promete trazer vários desfechos, decerto não se trate de um produto grandioso, mas no mínimo teremos atuações memoráveis, e podemos destacar o elenco como um bom motivo para dar prosseguimento aos episódios e acompanhar o desfecho de Mare Sheehan, às 23h, aos domingos, na HBO.