Título: No Escuro
Autora: Elizabeth Haynes
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
333 páginas
Em seu primeiro trabalho publicado, Elizabeth Haynes conta a história de Catherine, uma mulher forte e independente que se divertia e aproveitava sua vida de solteira, até conhecer o irresistível Lee, um homem loiro, dos olhos azuis, lindo e atencioso que conquista não só o coração de Catherine como também a aprovação de suas amigas, porém essa perfeição começa a se dissolver em uma personalidade controladora e violenta, fazendo com que Catherine queira fugir da relação. Suas tentativas frustradas de se afastar de Lee acabam por deixar sequelas irremediáveis que irão torturá-la por muito tempo.
“No Escuro” apresenta sua narrativa em dois espaços temporais o período em que Catherine conhece, começa a se relacionar e ter problemas com Lee e alguns anos depois quando, sozinha, ela enfrenta os impactos desse relacionamento conturbado. Essas duas instâncias temporais são apresentadas de forma intercalada, oferecendo ao leitor ferramentas para que ele compreenda melhor a construção do sofrimento dessa personagem e alimentem sua curiosidade a respeito da gênese desse trauma.
O capítulos são curtos, favorecendo a leitura dinâmica requerida pelo thriller psicológico, onde o leitor pode se dedicar ao famoso “só mais um capítulo” e num piscar de olhos descobrir o desfecho da história de Catherine.
Catherine, ou Cathy, foi construída com maestria pela autora que consegue arrastar sem esforços o olhar do leitor pelas páginas, a atmosfera de “algo errado” e algumas cenas assombrosas me fizeram, por vezes, revirar os olhos no intuito de fugir do horror o qual eu contribuía que acontecesse a medida que passava os olhos pelas palavras. Me senti cúmplice do vilão, permitindo que uma mulher sofresse diante dos meus olhos de forma tão vívida. A empatia pela protagonista é muito bem validada, assim como o medo e nojo pelo até então carismático e sedutor Lee.
“No Escuro” trás também uma discussão política relevante acerca da dificuldade que algumas mulheres tem de saírem de relacionamentos abusivos, acrescendo ainda mais relevância ao que já era, por si só, uma obra pertinente. Aqui, Elizabeth Haynes conseguiu, com todo mérito fazer minhas mãos apertarem de raiva, meu olhos revirarem com horror, e meu olhos correrem rápido pelas páginas de apreensão. Este é, sem dúvida alguma, um dos melhores livros do gênero que já li, quem gosta de ser engolido por um livro, certamente deve dar a “No Escuro” uma chance.
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