Titulo: O Clone de Cristo – The Jesus Thief
Autora: J.R. Lankford
Editora: Saída de Emergência Brasil
Número de Páginas: 380
“O Clone de Cristo” conta a história do microbiologista judeu Felix Rossi que para redimir seu povo te ser responsável por ter perseguido e matado Jesus Cristo, decide em uma viagem a Turim roubar uma amostra do Santo Sudário e clonar o filho de Deus e propiciar a volta do escolhido.
A história de Lankford não é nem um thriller arrebatador conspiratório estilo Dan Brown ou Harlan Coben (que era basicamente o que eu estava esperando) – pelo contrário, apesar dos capítulos curtos se desenvolve em um ritmo muito lento, e também não é uma trama em torno de questões existenciais, filosóficas e religiosas a respeito das implicações da volta de uma das maiores personalidades da história da humanidade.
A escrita de Lankford é demasiada objetiva prejudicando o desenvolvimento dos personagens os quais – com exceção do médico Felix – não entendemos muito bem as motivações que fazem com que decidam embarcar nessa empreitada.
Faz falta a presença de um grande antagonista, tudo parece fácil demais, no momento em que Felix está roubando o DNA da mortália que os fieis acreditam ser de Jesus Cristo nenhum tipo de tensão é criada, em nenhum momento ficamos com medo dele ser pego, nada atrapalha e, apenas nas ultimas 70 páginas vemos a remota chance de algo dar errado. Há a presença de um tal de Brown que deve ser perigoso e ameaçador, porém não faz nada que fato condiga com essa postura, um jornalista que deveria ameaçar ou atrapalhar os planos de Felix em razões de fama e prestígio na sua profissão, todavia acaba se tornando mais uma tentativa frustrada da autora em estabelecer obstáculos ao herói, que em quase momento algum tem seus planos atrapalhados.
“O Clone de Cristo” errou em sua publicidade, errou na formatação de sua sinopse que vendem um livro que não está ali, errou na falta de profundidade dos personagens, como por exemplo, Sam Dunffy que em momento algum justifica sua presença além de ser uma grande incógnita, errou em deixar uma ideia tão interessante se dissolver em quase nada, talvez fosse melhor aproveitada nas mãos de uma escrita mais competente. As descrições cientificas são excelentes mostrando o comprometimento da autora com suas pesquisas, porém isso não salva a trama do esquecimento.
O livro tem um desfecho preguiçoso e esquecível que denota a clara intenção de uma continuação que não tenho a menor intenção de ler. “O Clone de Cristo” até levantou em mim algumas questões interessantes e me trouxe algumas informações que eu não tinha, porém seu valor acaba por aí.
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