[Resenha] O Pálido Olho Azul | Louis Bayard

O_PALIDO_OLHO_AZUL_1273796508BTítulo: O Pálido Olho Azul
Autor: Louis Bayard
Editora: Planeta
Ano: 2007
426 páginas

A trama de ”O Pálido Olho Azul” de Louis Bayard se passa na Academia de West Point, no ano de 1830. A calma de uma noite de outubro é quebrada pela descoberta do corpo de um jovem cadete balançando de uma corda – um suicídio, entretanto algo mais assombroso acontece: o sujeito aparece com um buraco no peito, alguém roubou seu coração. Literalmente.

O Capitão Hitchcock contrata o ex detetive Augustus Landor para investigar o caso, e Landor por sua vez, contrata um assistente para investigar os acontecimentos. Que assistente? Ninguém menos que Edgar Allan Poe.

Um dos meus maiores problemas com essa obra de Bayard foi seu ritmo, o livro demorou um pouco para me deixar interessada e a partir daí ficou estabelecida uma montanha russa entre passagens maçantes e outras mais interessantes, isso obviamente comprometeu minha leitura, o que pode estar relacionado com o tipo de linguagem adotada por ele, considerando que a história se passa em 1830, existem termos e conjugações que não estamos habituados a utilizar.

A química entre os personagens de Landor e Poe ficou muito bem estabelecida, fazendo o leitor acreditar naquela relação enquanto os dois buscam resolver os mistérios desses acontecimentos. Confesso ser ignorante em relação a obra de Edgar Allan Poe, o que também pode ter comprometido minha relação com o livro, não consegui identificar o que era Poe de verdade e o que era Poe fictício. Em vários momentos a história de utiliza de poemas a serem investigados e contribuírem para com a narrativa, e alguns detalhes ficaram perdidos na tradução para o português.

Considerando todos esses contratempos ainda é possível apreciar a obra de Louis Bayard que desenvolve apenas personagens que lhe são necessários, ninguém está ali para preencher vácuos ou somente acrescer volume narrativo, cada personagem tem seu valor dentro da história principal, o que de inicio pode não ser compreendido, porém com a ajuda da paciência do Leitor (a quem Landor se refere com frequência), tudo será esclarecido, e todos os diálogos lidos serão justificados.

“O Pálido Olho Azul” não é um livro pra todo mundo, certamente é preciso ter certa afinidade com a literatura (principalmente as obras de Edgar Allan Poe) e um pouco de paciência em se tratando de um livro de mistério não tão convencional. A escrita em primeira pessoa favorece todas as surpresas guardadas ao fim no livro que não decepciona e toma rumos difíceis de serem deduzidos.
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