Resenha: Psicose – Robert Bloch

 

Título: Psicose

Autor: Robert Bloch

Número de páginas: 240

Editora: Darkside Books

Ano:2013

 

Livro que deu origem ao clássico filme Psicose, temos aqui uma obra de arte do suspense/terror. Além de uma história muito envolvente, podemos e devemos citar aqui o capricho da editora DarkSide, que sempre se supera no quesito estético de seus livros. A qualidade das páginas e tamanho da letra também são pontos positivos para uma leitura tranquila. Posteriormente colocarei algumas imagens do meu exemplar.

A história em si é de fácil compreensão e ao mesmo tempo muito intrigante, com enredo marcante. Temos como protagonista Mary, moça pacata e bem educada que vive em um apartamento com sua irmã. Após cuidar sozinha da casa e da família por muitos anos, ganha de presente da irmã uma viagem em um cruzeiro marítimo, lá conhece Sam, por quem se apaixona e acaba ficando noiva. Mas aqui se depara com o primeiro problema da relação, além de Sam morar longe, tem muitas dívidas recorrente de uma loja que recebeu de herança do pai, isso faz com que o casamento demore muito mais do que a garota impaciente conseguiria esperar. É nessa atmosfera que os primeiros capítulos nos deixam, com a ansiedade de Mary e as dúvidas de Sam.

Tudo muda quando Mary tem acesso a 40 mil dólares de seu chefe, dono de uma agência de corretagem imobiliária, que confiando em sua funcionária deixa a importância com ela para que deposite no banco da cidade. Saindo do escritório o plano já estava todo estruturado em sua cabeça, pegaria as malas e iria atrás de seu noivo, diria que o dinheiro foi herança de algum parente distante, mentiria sobre o paradeiro de sua irmã, quitaria as dividas da loja de ferragens e poderia finalmente se casar com quem ama. E é isso que ela faz. Em uma fuga alucinada, ela se desloca até a cidade natal de Sam, trocando de carro diversas vezes para encobrir seus rastros, pagando tudo em dinheiro vivo para que ninguém possa a rastrear.

Pelo cansaço ou talvez o pouco conhecimento da estrada e a chuva muito forte, ela acaba errando o caminho e se depara com um motel, o Bates Motel e resolve parar para pernoitar, não faria muito sentido chegar de madrugada na loja do seu noivo, pareceria suspeito demais. Lá ela conhece Norman, um recluso que vive em um casarão antigo com sua Mãe, atrás do motel. Ao fazer seu registro, ela comenta com Norman que esta com fome e a chuva muito forte a impediria de ir atrás de algum alimento, então o rapaz muito prestativo a convida para jantar em sua casa, mesmo não querendo incomodar ela acaba aceitando. É nesse momento que vemos pela primeira vez como a Mãe é um personagem importante e dominador.

Se sentindo ultrajada pela desobediência de seu filho, a Mãe fica a espreita, depois do término da refeição e de perceber que seu filho estava embriagado atrás do quarto, espiando Mary por uma fresta, ela resolve agir. Pega um facão de cozinha e assassina a protagonista no chuveiro. Essa é a renomada cena que todos nós já vimos em algum lugar, mesmo sem assistir o filme inteiro.

Morte de Mary. Cena do filme Psicose.

 

  Ao acordar e ver o que sua Mãe fizera, Norman se vê obrigado a limpar toda a bagunça e continuar dirigindo o motel como se nada tivesse acontecido. Mas cerca de uma semana depois, um detetive particular contratado pelo chefe de Mary chega no motel, devido algumas pistas que encontrou no decorrer do caminho. Lá ele descobre que a moça se registrou no motel e liga para Sam, que nessa altura já sabe de toda a confusão e está amparando Lila, a irmã de Mary. O detetive conta que desconfia de Norman e da Mãe, que irá tentar de alguma maneira conversar com ela, para que eles esperem retorno dentro de 1h. A noite passa e nada do detetive retornar, mal sabem eles que aqui temos o segundo assassinato cometido pela Mãe de Norman.

Morte do detetive Arbogast. Cena do filme Psicose.

Com esses desaparecimentos, finalmente Sam e Lila resolvem procurar a policia. O xerife local não é de grande serventia, diz que Norman é um bom rapaz. Aqui a história fica mais intrigante ainda, quando o xerife garante pros dois que a Mãe de Norman faleceu cerca de 10 anos atrás, no único caso de suicídio que tiveram na cidade, que o Detetive deveria estar mentindo o tempo todo. Então surge a pergunta, se a Mãe morreu, quem é a mulher que conversa com ele o tempo todo? Quem que dá as ordens?

Intrigados e revoltados com a situação, os dois resolvem se registrar no motel e procurar as evidências por eles mesmos, sem se dar conta que Norman ouvia toda a conversa eles discutem sobre o plano, até que Lila encontra uma mancha de sangue e o brinco da irmã, Sam manda que ela vá atrás do xerife enquanto ele distraí Norman, mas o plano não daria certo, Lila foi muito imprudente e resolveu enganar seu companheiro na empreitada, indo direto pra casa tirar a história da mãe a limpo. Enquanto isso, Norman embebedava Sam e finalmente contava toda a sua história, tudo o que realmente se passava no Bates Motel. Contava que sua amiga naquele momento estava dentro da casa e que essa tinha sido uma péssima escolha, quando Sam levanta para ir socorrer Lila, Norman quebra a garrafa da bebida em sua cabeça, o deixando desacordado.

Aqui estamos no final do livro praticamente, por um impulso o xerife vai até o motel e encontra Sam no chão, nesse exato momento eles escutam Lila gritando dentro da casa e vão prestar o socorro, chegando lá eles encontram Norman, a Mãe e Lila. Nesses dois últimos capítulos percebemos a maestria e a genialidade de Robert Bloch. Não cabe a mim dizer o que aconteceu no final, pois estragaria a surpresa. Mas garanto que compensa muito a leitura, garanto que o final é simplesmente perfeito. Encontramos no Norman um personagem digno de aplauso, doente e sozinho, vítima e ao mesmo tempo algoz de todo o mal que acontece no Bates Motel.

O filme em si tem algumas diferenças do livro, mas ao mesmo tempo podemos dizer que é bem fiel e muito bom. Descobri que existe uma série também. Então quem quiser conhecer a história tem várias possibilidades.

 

Meu exemplar:

 

psicose

Trailer do filme: