Stargirl voltou com novos episódios na HBO Max trazendo mais uma vez as desventuras de heróis e vilões velhos e novos em uma pequena e pacata cidade, mas dessa vez ganhando um tom diferente do ano anterior e explorando um tema complicado sobre reabilitação de vilões na sociedade.
Nessa nova temporada nos somos apresentados inicialmente a novas dinâmicas cômicas e dramáticas com a entrada de personagens como Starman (Joel McHale) e com o fato de que agora temos alguns inimigos antigos buscando esquecer o passado como Crusher Crock (Neil Hopkins) e Steve Sharpe (Eric Goins), além de que temos Cindy (Meg DeLacy) caminhando em uma jornada de redenção como heroína, só que do seu próprio jeito.
Afinal era de se esperar que tudo iria mudar pois antes eles se uniram para derrotar Eclipso, mas também há uma dúvida de que existem aqueles que estão aproveitando o momento de trégua para retomarem atividades criminosas, existe muita desconfiança pairando sobre a cidade o que retoma certo tom da primeira temporada.
Nesse cenário agora temos Starman que precisa entender qual é seu lugar no mundo agora que não há mais espaço para ele, ao mesmo tempo que surge tensões com Courtney (Brec Bassinger) e Pat (Luke Wilson) ganha novamente seu amigo ao seu lado, porém há ainda o enigma sobre como ele voltou à vida.
O grupo de amigos de Courtney também não está se sentindo totalmente confortável com Cindy e com esses vilões buscando vida nova, há um tema bem interessante sendo debatido que diz justamente sobre se pessoas podem ou não serem reabilitadas, aquela conversa que no Brasil conhecemos bem com frases como “direitos humanos para humanos direitos” e “bandido bom é bandido morto”, normalmente ligadas à pessoas que agem e pensam passionalmente sobre crimes.
Esse é um bom ponto a ser trabalhado com Pat e Courtney sendo esses pilares que procuram uma outra maneira de agir com um olhar que para alguns pode ser inocente, mas também representa as bases de super-heróis com certa compaixão e empatia acreditando no futuro e no potencial de que todos podemos ser melhores.
Mas quando surge uma morte misteriosa a trama ganha foco e somos introduzidos ao fomato de um “quem matou?” que se seguirá na temporada, um gênero de está voltando a ser bem popular na cultura pop e aqui veremos isso ser colocado dentro de uma história de heróis e vilões onde todos podem ser suspeitos.
O primeiro episódio é bastante introdutório e demora a conseguir ritmo e mostrar os elementos da temporada, nessa que parece ser uma temporada feita para Meg DeLacy brilhar como Cindy que já havia se mostrado uma das melhores personagens e grande destaque da série, o que pode gerar confrontos fortes contra Yolanda (Yvette Monreal) e Rick (Cameron Gellman).
A adição de Joel McHale como Starman também parece que trará um certo elemento surpresa para os núcleos, aqui com uma visão de “homem de outra geração” muito mais reacionário e conservador que o Pat, assim como o espaço que teremos para vilões como Crusher Crock e Sombra (Jonathan Cake).
Stargirl mantém seu carisma e humor com personagens envolventes, agora em um cenário mais complicado de um mistério de assassinato e com a abordagem de ponte entre gerações ganhando contornos sociais mais fortes, mas sem perder seu estilo despretensioso e jovial que mistura a energia contagiante de um Shazam! com a linguagem pop de Meninas Malvadas.
Assim mesmo com um início simplório, a série ainda está com sua habitual força que promete ganhar ainda mais destaque nas próximas semanas conforme o mistério for se complicando cada vez mais.