[Top 5] Vezes em que Alfred Hitchcock nos fez prender a respiração

Não é segredo que até hoje Alfred Hitchcock seja adorado pelos fãs da sétima arte. Com a alcunha de Mestre do suspense, Hitchcock foi o responsável por obras primas do cinema. Abusando de seu estilo, criar uma atmosfera de puro suspense antes das cenas de terror, o diretor conquistou a admiração do público e da crítica. Nascido em 13 de agosto de 1899 em Londres, Inglaterra, filho de um comerciante de frutas e verduras. Hitchcock era muito apegado a seu pai autoritário. Durante sua adolescência estudou em uma escola católica, cujas rigidez e métodos de punição marcaram sua vida.

 

Hitchcock estudou engenharia na Escola de Engenharia e Navegação e desenho no Departamento de Belas Artes da Universidade de Londres. Ele trabalhou no departamento de publicidade de uma companhia de cabos elétricos e posteriormente como criador de letreiros para filmes mudos em uma produtora de cinema em Londres. Durante seu tempo lá Hitchcock atuou em várias áreas, como cenógrafo, roteirista e auxiliar de direção. Ele trabalhou em outras produtoras até se estabelecer na Gaumont-British Picture Corporation em 1933. Durante seu tempo na Gaumont, Hitchcock dirigiu três grandes sucessos que o ajudaram a conquistar fama e prestígio. Em 1939 ele e sua esposa mudaram-se para os Estados Unidos, onde ele produziu e dirigiu filmes para os estúdios de Hollywood até sua morte em 1980.

 

Algumas características tornaram-se marcas registradas dos filmes de Hitchcock, como sua aparição nos filmes como figurante, a busca pela identidade do assassino, o protagonista inocente sendo injustamente acusado de ter cometido algum crime e o MacGuffin, um objeto que apenas serve de pretexto para que o protagonista avance na história, mas que não tem importância real no enredo. Contudo a maior característica nos filmes de Hitchcock é o suspense. Selecionei cinco momentos de sua  filmografia que traduzem muito bem essa marca do diretor.

 

5 – Medo de altura?

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Vertigo (Um corpo que cai, no Brasil) é um filme de 1958, lançado durante a fase de maior fama de Hitchcock. O longa não foi muito bem recebido pela crítica na época de sua estréia, mas hoje ele é considerado clássico e um dos melhores filmes de todos os tempos, tendo 97% de aprovação pela crítica do Rotten Tomatoes e nota 8,4 na avaliação do IMDB. O enredo do filme conta a história do ex-detetive John “Scottie” Ferguson (James Stewart) que é contratado por um antigo colega, Gavin Elster (Tom Helmore), para seguir sua esposa Madeleine (Kim Novak). Gavin acredita que Madeleine esteja possuída pelo espírito de uma mulher que morreu a muito tempo. Após salvar a moça de uma tentativa de suicídio, Scottie acaba se apaixonando por ela. A tarefa do ex-detetive se complica quando, após um terrível incidente, ele descobre que existe uma mulher idêntica a Madeleine vivendo na cidade.

 

O momento de suspense acontece logo no início do filme, quando Scottie relembra, através de um sonho, a morte de um colega policial. Após perseguir um criminoso pelos telhados de um edifício, Scottie se desequilibra e fica pendurado no ar, segurando uma calha. O problema é que ele sofre de acrofobia (medo de altura) e fica paralisado de pavor ao olhar para baixo. Seu colega policial tenta ajudá-lo, mas acaba caindo para a morte. A cena é angustiante, pois Hitchcock utiliza um efeito de zoom na câmera que distorce a perspectiva do espectador e nos faz experimentar o efeito de vertigem sentido por Scottie.

 

4 – Não irrite os pássaros!

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E se os pássaros ficassem violentos de uma hora para outra? Hitchcock nos deu a resposta para essa pergunta no clássico de 1963. The Birds (Os Pássaros) acompanha a jovem socialite Melanie Daniels (Tippi Hedren) que decide pregar uma peça no belo advogado Mitch Benner (Rod Taylor). Após Mitch fazê-la de boba em um loja de pássaros, ela vai até a região costeira de Bodega Bay na Califórnia. Depois de conhecer alguns dos locais e de ser atacada por uma gaivota, Mitch a convida para conhecer sua família e pede para que ela fique para a festa de aniversário de sua irmã. A festa é interrompida quando os convidados são atacados por gaivotas. Melanie e Mitch descobrem que esse não é um incidente isolado. Outros ataques vem ocorrido por toda a cidade. O casal precisa resistir a ameaça dos pássaros, que ficam cada vez mais violentos e atacam em maior número.

 

A cena em destaque ocorre quase no final do filme, quando Melanie escuta um barulho no primeiro andar da casa dos Benner e decide ir investigar sozinha. Munida de nada além de  uma lanterna, Melanie percebe que a fonte do barulho está no quarto da irmã caçula de Mitch, Cathy. Ao entrar no quarto, Melanie é atacada por uma revoada de pássaros furiosos, que usaram uma abertura no teto para invadir a casa. Só resta ao espectador assistir enquanto os pássaros cobrem Melanie com seu próprio sangue. É uma cena forte, que nos faz agradecer por não estar no lugar da socialite.

 

3 – Não olhe agora, mas o assassino está atrás de você

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Lançado em 1954 e indicado a várias prêmios, Dial M for Murder (Disque M Para Matar) tem aprovação de 88% pela crítica do site Rotten Tomatoes e ostenta uma nota 8,2 na página do IMDB. Esse é um dos meus filmes favoritos do Hitchcock, pois o protagonista é o vilão do enredo e a trama gira em torno de sua inteligência maligna em bolar o crime perfeito. Tony Wendice (Ray Milland) é um tenista britânico aposentado que descobre uma traição de sua esposa, Margot (Grace Kelly), com um rapaz americano. Ao saber que Mark Halliday (Robert Cummings), o amante de sua esposa, está vindo para a cidade Tony elabora um complicado plano para matar Margot. O ex-tenista desenvolve cada detalhe do que ele mesmo chama “O crime perfeito”, e para isso ele chantageia um antigo colega do serviço militar para assassinar sua esposa e fazer parecer que fôra a obra de um ladrão. Tony só não esperava que na noite do crime, uma série de eventos inesperados fossem atrapalhar a concretização de seu plano, mudando o resultado final drasticamente.

 

Hitchcock nos deixa com o coração saindo pela boca durante o clímax do filme, na cena em que o chantageado Charles Alexander (Anthony Dawson) se esconde atrás das cortinas e espera por Margot. A moça inocente recebe uma ligação de seu marido e vai para a sala de estar. Charles se aproxima de Margot por trás, com uma corda em suas mãos, pronto para estrangular a moça. Essa cena deixa o espectador extremamente angustiado e sentindo-se impotente. É certo afirmar que muita gente já gritou para a tela um “ATRÁS DE VOCÊ!”, tentando avisar a Margot da presença do intruso. Eu gritei, não vou mentir.

 

 

2 –  Acessórios de um serial killer

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O penúltimo filme de Alfred Hitchcock é um de seus mais violentos. Frenzy (Frenesi), lançado em 1972 mostrou um lado mais sombrio do diretor, sem deixar de lado suas características mais marcantes. O longa, dotado de humor negro, cenas de violência sexual, nudez e fascinação pelo perverso foi o primeiro filme de Hitchcock a receber a classificação R nos Estados Unidos (o equivalente a proibição para menores de 18 anos, no Brasil). O enredo do filme se desenvolve em Londres, onde as mulheres são assoladas pela ameaça de um serial killer. O Assassino da gravata, como é conhecido, estupra mulheres e depois as mata enforcadas com o acessório que lhe rendeu a alcunha. Richard Blaney (Jon Finch) vê seu mundo desmoronar ao ser erroneamente acusado pela morte de sua ex-mulher e de sua namorada. Tudo não passa de uma estratégia de seu amigo Robert Rusk (Barry Foster), para incriminá-lo. Agora Richard terá que encontrar o real assassino para provar sua inocência, enquanto foge da polícia londrina.
A cena escolhida do filme chega a ser desagradável de se assistir. O assassino vai até uma agência de encontros para solteiros durante o intervalo da hora do almoço, lá ele confronta a proprietária, Sra. Hetty porter (Billie Whitelaw). Os dois começam uma luta, contudo a mulher é subjugada pela força do assassino. Hetty é estuprada enquanto faz uma oração e em seguida é morta enforcada com uma gravata, em uma cena forte. A atuação de Billie é impecável, principalmente quando sua personagem passa do estado de letargia e nojo do estupro para o terror absoluto, ao perceber que quem a está atacando é o tão procurado serial killer de mulheres.

 

1 – A hora do banho

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Psycho (Psicose) até hoje é reconhecido como a obra prima de Hitchcock, seu magnum opus. Lançado em 1960, teve a participação de um elenco prestigiado na época e ajudou a redefinir o gênero do terror. Amado por críticos e cinéfilos, Psicose revolucionou ao estabelecer um novo nível de aceitabilidade da violência e do uso da sexualidade no cinema americano. O enredo conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma jovem e bela secretária que rouba 40 mil dólares de seu patrão para fugir com seu namorado, Sam Loomis (John Gavin). Marion dirige pela estrada até que uma forte tempestade a obriga a se hospedar em um hotel decadente. No hotel, Marion conhece o tímido Norman Bates (Anthony Perkins), proprietário do local que se mostra obcecado por sua mãe. Durante a noite, Marion é assassinada a facadas pela mãe de Norman enquanto toma banho. Lila Crane (Vera Miles), irmã de Marion, dá pela falta da moça e junto com Sam iniciam uma investigação para descobrir seu paradeiro.

 

A cena do chuveiro em Psicose é considerada uma das mais antológicas do cinema. Mesmo quem não assistiu o longa já deve ter visto, ao menos uma paródia dela. Marion Crane está tomando seu banho, descansando depois da tensão da fuga, quando um vulto adentra o banheiro e se aproxima do chuveiro. A bela secretária só percebe que não está mais sozinha no cômodo quando já é tarde demais. A mãe de Norman Bates esfaqueia a moça incontáveis vezes, dando fim a sua vida. O enredo usa com um dos momentos em que o ser humano está mais indefeso para aumentar o clima de suspense. A lição que podemos tirar da morte de Marion é: sempre tranque a porta do banheiro.